A Cadela da Discoteca
Dunja Romanova
RESENHA

A Cadela da Discoteca é uma obra que flerta com o insólito e expõe o que se esconde sob as luzes piscantes e os ritmos frenéticos das boates. Dunja Romanova, com sua prosa ousada e afiada, não tem medo de aprofundar-se nas sombras que cercam a cultura da festa, revelando emoções profundas em meros 22 páginas. A pergunta que fica é: você está pronto para uma viagem na montanha-russa do cotidiano, onde a intensidade se mistura à vulnerabilidade?
A narrativa é ácida e direta, refletindo a vida de uma protagonista que se sente como uma "cadela" em meio à superficialidade vibrante das discotecas. Há um jogo provocador entre o feminino e o marginal, tirando uma selfie do que é ser mulher em um espaço dominado por olhares e julgamentos rasos. O leitor não pode evitar o choque e a riso nervoso ao se deparar com as situações inusitadas que Romanova propõe. Essa obra não só entretém, mas também faz você refletir sobre até onde vai a busca pela aceitação social.
Leitores têm dividido opiniões sobre A Cadela da Discoteca. Para alguns, o estilo da autora é uma revelação - um sopro de frescor - que arranca a pele da superficialidade e revela a carne da experiência humana. Outros, no entanto, criticam a obra pela sua crueza e pelo apelo exagerado à dor, como se a intensidade fosse um meio de compensar uma falta de nuance. Contudo, são exatamente esses extremos que tornam a leitura essencial: é um convite à confrontação, uma celebração e uma crítica ao mesmo tempo.
Ao longo das páginas, Romanova usa metáforas provocadoras e uma linguagem hipnótica que faz o coração do leitor pulsar no compasso da noite. Cada frase ressoa com a cadência de uma batida eletrônica, entrelaçando momentos de alegria e desespero que se desenrolam em uma noite comum, mas extraordinária. A autora nos força a ver e sentir, a mergulhar na sensação de abandono e ao mesmo tempo de pertença, que muitos já vivenciaram.
Essa obra tem a capacidade de marcar a sua vida não apenas como uma leitura, mas como uma experiência visceral. O que pode parecer apenas uma narrativa sobre festas e danças revela, na verdade, camadas profundas de identidade, trauma e resistência. Assim, a cadela da discoteca não é apenas um ser à mercê de uma cultura superficial; ela é um símbolo de libertação e uma busca incansável por autenticidade.
Uma leitura que provoca não é apenas uma leitura; é uma transformação. Ao final, você não sairá da mesma forma que entrou. A Cadela da Discoteca não dá ao leitor a opção de permanecer alheio - é um chamado à ação e à autodescoberta. Embarque nessa experiência literária e deixe que a energia motorizada das palavras de Romanova te leve a um novo entendimento sobre o que significa realmente estar vivo no meio da festa. A dúvida que fica é: você terá coragem de bailar com suas próprias sombras? 🖤
📖 A Cadela da Discoteca
✍ by Dunja Romanova
🧾 22 páginas
2019
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