A cobra que não sabia cobrar
Miguel Sanches Neto
RESENHA
A cobra que não sabia cobrar é um conto infantil que, em apenas 20 páginas, revela uma profundidade emocional que vai te fazer questionar o que você tem feito com seu tempo. Miguel Sanches Neto nos apresenta uma cobra que, diferente das outras, não sabe cobrar. Mas o que seria um simples dilema para uma cobra se torna uma metáfora escandalosa para a vida adulta. E você, sabe cobrar o seu valor?
Miguel Sanches Neto, o autor, não é um nome qualquer na literatura brasileira. Este ilustre escritor paranaense, com uma bagagem de obras que transitam entre a poesia, o romance e a crítica literária, consegue, neste livro, transcender a simplicidade das histórias infantis e nos transportar para um universo paralelo de reflexão. Ao ler essa obra, é impossível não pensar em como fomos condicionados, desde a infância, a seguir padrões e expectativas. Quer um exemplo? Desde pequenos somos instigados a sermos os melhores, a estarmos sempre à frente, mas será que sabemos o nosso real valor?
A cobra, protagonista desta história, nos convida a uma jornada pessoal de autoconhecimento e aceitação. Ela não sabe cobrar, e isso, em um primeiro momento, pode parecer algo ruim. Mas será que cobrar é o único caminho? Será que medir o valor dos outros - e de nós mesmos - através dessa lente é justo? Em uma sociedade que nos empurra constantemente para a competição, para o mercado, para o valor monetário, este livro é um convite ao resgate da simplicidade e da autenticidade.
E não pense que esta obra é apenas para crianças. Não caia nessa armadilha 😉. Leitores adultos encontram aqui uma fábula que desnuda as complexidades do ser humano. Sanches Neto faz um uso magistral da metáfora e da narrativa enxuta para colocar o dedo na ferida: você cobra demais de si mesmo? Você sabe o seu valor real ou só aquele que os outros impõem a você?
Os comentários de leitores são una melodia dissonante que ressoa fundo. Alguns apontam que o livro é simples demais, que 20 páginas não são suficientes para desenvolver uma história. Mas quem disse que a quantidade determina a qualidade? 🎭 É a simplicidade que permite à reflexão emergir das entrelinhas. Outros leitores afirmam que o livro os fez pensar em como vivem suas vidas, em como cobram-se demais e esquecem de viver o presente, de ser autênticos como a cobra da história.
Este conto foi escrito em um contexto onde a literatura infantil brasileira passava por uma transformação. Em 2005, a globalização e a internet começavam a moldar novas formas de consumo de conteúdo. No meio desse turbilhão, Miguel Sanches Neto lança um livro que parece ser um ponto fora da curva, mas que, na verdade, é um oásis de pureza literária. Sua narrativa é uma brisa fresca em um mundo digital sufocante.
Não subestime o poder de A cobra que não sabia cobrar. Este livro é uma pérola escondida em meio à vastidão literária. É um lembrete de que, às vezes, não saber é mais valioso que saber, e que o valor não está no que se cobra, mas no que se vive. Um convite para crianças, adultos e todos que, de alguma forma, ainda estão aprendendo a viver. E sim, você vai querer compartilhá-lo com todos os seus contatos assim que terminar a leitura. 🌟
Se você ainda não mergulhou nesta história, o que está esperando? Não deixe que o medo de perder o essencial te faça passar despercebido por uma das mais belas reflexões da literatura infantil brasileira. Vá, descubra e lembre-se: às vezes, o valor está justamente em não se saber cobrar.
📖 A cobra que não sabia cobrar
✍ by Miguel Sanches Neto
🧾 20 páginas
2005
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