A economia em Machado de Assis
O olhar oblíquo do acionista
Machado De Assis; Gustavo H.B. Franco
RESENHA

A economia em Machado de Assis: O olhar oblíquo do acionista é uma experiência que transcende as páginas de um mero livro técnico. Com um título que já intriga, ele nos mergulha na intersecção fascinante entre a literatura e a economia, revelando nuances surpreendentes sobre um dos maiores escritores brasileiros. Ao analisar o gênio machadiano sob a lente econômica, Gustavo H.B. Franco faz mais do que apenas conectar ideias; ele provoca um choque de realidade na maneira como enxergamos ambos os universos.
O que muitos não sabem é que Machado de Assis, em sua essência, era também um habilidoso observador da sociedade e de suas dinâmicas sociais e financeiras. Mergulhar em sua obra é como abrir uma caixa de Pandora repleta de reflexões sobre a ambição, a moralidade e a ganância que povoam não só o século XIX, mas também o Brasil contemporâneo. Ao nos confrontar com a visão oblíqua de um acionista, Franco nos desarma, levando-nos a questionar as realidades que vivemos. É como se Machado, mesmo após décadas de seu falecimento, ainda estivesse entre nós, sussurrando verdades amargas sobre a natureza humana.
Críticas à obra muitas vezes giram em torno da complexidade que a economia pode trazer a um leitor acostumado à prosa poética e às tramas intrincadas de Machado. No entanto, esse desvio da tradição literária é exatamente o que torna a leitura imperdível. A obra se torna um convite assustadoramente sedutor, onde os conceitos de valor, lucro e moralidade são expostos em um grande banquete filosófico.
A inquietação provocada por Franco é palpável, onde os leitores se veem obrigados a confrontar suas próprias opiniões. Cada parágrafo ressoa como uma indignação silenciosa que bate forte no peito, lembrando-nos das estruturas de poder e das consequências de nossas ações financeiras. Para aqueles que costumam ignorar o impacto da economia no cotidiano, essa obra é um grito penetrante: "Despertem! O dinheiro não é só uma mercadoria."
Entre os comentários que circulam por aí, muitos leitores destacam a originalidade da proposta, embora alguns considerem que a complexidade de unir economia e literatura pode ser um choque cultural que desafia a compreensão. A tensão entre os elogios e as críticas é um tanto emblemática do próprio Machado. Tal qual em "Dom Casmurro", a dúvida e a ambiguidade parecem pairar sobre as reflexões trazidas por Franco. É essa tensão que faz a leitura de A economia em Machado de Assis: O olhar oblíquo do acionista ser não apenas uma viagem literária, mas uma jornada introspectiva, onde a transformação do pensamento é a grande recompensa.
As ideias contidas nesta obra vão muito além das páginas e datas. Elas são um chamado para a mudança de mentalidade e o ataque à ignorância que muitos insistem em perpetuar. Uma leitura desafiadora, que, ao final, deixa no ar a urgência de compreender o entrelaçamento entre nossas decisões econômicas e a vida como um todo. Em tempos onde a economia pauta a política, a reflexão provocada por Franco torna-se mais do que necessária; é um imperativo da nossa sobrevivência intelectual.
Não se deixe levar apenas pela onda de críticas ou opiniões diversas, e mergulhe nesse mar revolto de ideias. Afinal, ao final da leitura, você pode não apenas entender Machado, mas, mais importante ainda, entender a si mesmo.
📖 A economia em Machado de Assis: O olhar oblíquo do acionista
✍ by Machado De Assis; Gustavo H.B. Franco
🧾 272 páginas
2007
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