A escola de boas mães
Jessamine Chan
RESENHA

A escola de boas mães, da talentosa Jessamine Chan, é uma obra que não apenas cativa, mas também arranca do leitor uma profunda reflexão sobre o que significa ser mãe em tempos de opressão social e expectativas esmagadoras. Com uma narrativa envolvente, Chan transporta-nos para um futuro distópico que ecoa temores contemporâneos e questões cruciais sobre a maternidade e a identidade feminina.
A história gira em torno de uma mãe, que luta para criar sua filha em um contexto onde um estado opressivo estabelece regras rígidas sobre a criação dos filhos. Nesse cenário aterrador, as mães são constantemente vigiadas, e qualquer deslize pode custar caro não apenas para elas, mas também para suas crianças. Essa premissa instigante faz o leitor questionar: até onde você iria para proteger seu filho? É o tipo de pergunta que ressoa profundamente, como um eco na mente, e que vai martelar enquanto você vira cada página.
Os comentários dos leitores são idênticos ao impacto que a obra exerce: alguns a consideram uma crítica afiada e necessária à sociedade, outros se sentem incomodados pela sua abordagem crua e direta. A escola de boas mães expõe as fragilidades e os dilemas enfrentados pelas mulheres, especialmente no que diz respeito à culpa materna. A trama é permeada por emoções que vão do desespero à resiliência, uma montanha-russa que faz com que o coração do leitor bata mais rápido a cada revelação.
Esse universo se torna ainda mais angustiante quando se considera que Jessamine Chan, cuja própria história cultural e de imigração está entrelaçada nas suas palavras, apresenta uma reflexão sobre os novos papéis da mulher e, por extensão, os desafios que a maternidade traz. As opiniões a respeito da obra variam entre elogios fervorosos e críticas à sua lentidão, mas a habilidade da autora em criar tensão e desenvolver personagens complexos se destaca como um verdadeiro sobrenome.
Logo, você se vê mergulhando em um mundo onde a maternidade torna-se uma forma de resistência e subversão. A angústia das personagens faz com que você sinta na pele suas lutas, e é impossível não ficar com vontade de gritar quando as injustiças se acumulam. A sensação é que cada página traz à tona a urgência de uma verdadeira revolução pessoal. É a narrativa que desafia a apatia, explode as convenções e clama por uma reavaliação das normas sociais.
Não se trata apenas de uma leitura, mas de um chamado à ação. Esteja preparado para entrar em um espaço de dor, resiliência e questionamento. À medida que você avança, a premissa da obra não se restringe apenas a um futuro distópico, mas reflete verdades incômodas da nossa realidade atual, onde a figura da mãe é frequentemente vista como um ideal inatingível, um fardo carregado de expectativas.
Se você ainda não leu A escola de boas mães, o que está esperando? Não é uma obra que deve ser lida apressadamente; é um convite a refletir sobre as nossas próprias percepções de maternidade, arriscar trazer à tona insights perturbadores e, talvez, se deixar transformar. Não é apenas uma história sobre mães e filhos; é um manifesto que nos obriga a encarar a sociedade de frente. Não perca a chance de mergulhar nessa leitura que pode mudar sua forma de ver o mundo. O grito silencioso de Chan ecoa, e a pergunta que fica é: você está preparado para ouví-lo?
📖 A escola de boas mães
✍ by Jessamine Chan
🧾 382 páginas
2022
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