A gente era obrigada a ser feliz
Eduardo Mahon
RESENHA

A gente era obrigada a ser feliz não é apenas um título provocativo; é uma provocação visceral que reverbera nas entranhas da sociedade contemporânea. Eduardo Mahon nos apresenta um mosaico da vida, repleto de nuances de felicidade e dor, uma dança delicada entre o sorriso forçado e o choro contido. Desde a primeira página, você se vê imerso em uma realidade que, embora pareça distante, está indiscutivelmente próxima.
Com uma prosa envolvente e animada, Mahon explora a complexidade das relações humanas, questionando se realmente somos obrigados a ser felizes em um mundo que pressiona constantemente por sorrisos. Os personagens, com suas histórias entrelaçadas, nos conduzem em uma jornada que provoca reflexão e identificação. A obra explode com verdades cruas, desnudando a hipocrisia social que muitas vezes nos força a usar máscaras de contentamento, mesmo quando no fundo estamos despedaçados.
O autor, que já possui um histórico literário cheio de ousadia e originalidade, transita entre o drama e a comédia de forma magistral. Os conflitos internos dos personagens são tão vívidos que você pode quase ouvi-los sussurrando suas angústias. Através de suas lutas, Mahon nos força a encarar nosso próprio reflexo, confrontando nossos medos e inseguranças. Não se trata apenas de uma narrativa, mas de um convite ao autoconhecimento. Você se vê diante do espelho e, ao invés de um rosto sorridente, encontra a crueza de sua própria existência.
Os comentários dos leitores ecoam essa experiência transformadora: muitos falam sobre o impacto emocional que a leitura proporciona, enquanto outros se manifestam sobre a coragem de abordar temas delicados como depressão, expectativas e a busca incessante por aprovação social. Críticos, por sua vez, tecem elogios à forma como a obra traz à tona discussões necessárias sobre a felicidade imposta. Contudo, há aqueles que questionam a "falta de enredo" em certos momentos, mas, talvez, seja essa a intenção de Mahon: desconstruir a ideia de que a narrativa precisa seguir um caminho linear para ser impactante.
No contexto histórico, o livro lança luz sobre uma questão não apenas brasileira, mas universal, onde o culto à felicidade é uma armadilha. Em uma era onde a pressão por ser feliz invade nossas redes sociais, Mahon nos provoca a parar e refletir: somos realmente felizes ou apenas estamos desempenhando um papel? A gente era obrigada a ser feliz toca em feridas que muitos prefeririam evitar, mas que necessitam ser expostas e discutidas.
Através dessa obra, talvez a mensagem mais poderosa seja a permissão para sentir tristeza, raiva e descontentamento. A gente era obrigada a ser feliz é um grito de liberdade, um manifesto que nos ensina a abraçar a vulnerabilidade e a complexidade da vida. Você vai se sentir compelido a compartilhar essa reflexão com todos ao seu redor, enquanto a necessidade de reconhecer suas emoções mais profundas se torna inescapável. A pergunta que permanece ecoando em sua mente é: até quando vamos continuar a buscar essa felicidade vazia?
Se você ainda não mergulhou nesse universo de emoções, está na hora de fazer isso! A leitura é mais do que um passatempo; é uma porta aberta para um autoconhecimento que você não pode se dar ao luxo de ignorar. 🌀
📖 A gente era obrigada a ser feliz
✍ by Eduardo Mahon
🧾 214 páginas
2018
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