A ginga da nação
Intelectuais na Capoeira e Capoeiristas Intelectuais (1930-1969)
Mauricio Acuña
RESENHA

A ginga da nação: Intelectuais na Capoeira e Capoeiristas Intelectuais (1930-1969) não é um mero livro sobre uma luta ou uma dança; é uma obra provocativa que se enraíza nas entranhas da cultura brasileira, revelando a intersecção vibrante entre a capoeira e a intelectualidade. Mauricio Acuña, com sua prosa incisiva e apaixonada, nos guia por um passeio cativante, onde a ginga se torna a metáfora perfeita para a resistência e a identidade nacional que floresceu entre 1930 e 1969, um período repleto de turbulências e transformações sociais.
A escrita de Acuña nos transporta para um tempo em que a capoeira, muitas vezes relegada a uma prática marginal, começou a ser reconhecida como um importante elemento da cultura nacional, desvelando suas raízes profundas na luta pela liberdade e pela afirmação da identidade negra no Brasil. Ao traçar o perfil de intelectuais que se tornaram capoeiristas e vice-versa, ele desafia a ideia de que a sabedoria e a força física estão em esferas separadas; pelo contrário, mostra como essas dimensões se entrelaçam de forma indissociável.
Os comentários de leitores são tão apaixonados quanto a própria obra. Muitos ressaltam a riqueza das referências históricas e culturais que permeiam cada página, enquanto outros se deslumbram com a capacidade de Acuña de conectar o passado com o presente, revelando como as lutas dentro e fora do jogo de capoeira ressoam em questões contemporâneas de identidade e resistência. Há também críticas que apontam para a densidade do conteúdo, sugerindo que a profundidade da pesquisa pode ser desafiadora para alguns leitores desavisados. Contudo, essa complexidade é precisamente aquilo que faz o livro vibrar, pulsar como a batida do berimbau.
É impossível passar despercebido pelo contexto histórico que permeia a obra. A década de 1930 trouxe à tona a luta pela afirmação na sociedade brasileira, onde a capoeira não somente resistia à opressão, mas também se afirmava como uma forma de arte. A ginga, aqui, torna-se um símbolo de resistência, de liberdade e de luta, envolvendo o leitor em uma dança de ideias que instiga a reflexão sobre o papel da cultura na construção da nação.
Cuanás, ícones da capoeira como Mestre Bimba e outros, são trazidos à baila, suas vidas entrelaçadas com a educação e a valorização cultural. O autor não hesita em destacar como esses capoeiristas influenciaram a formação de uma identidade nacional autêntica, desafiando as estruturas elitizadas da sociedade e trazendo à luz a força da cultura popular. Você se sentirá compelido a compreender a importância desse entrelaçamento, a beleza da ginga que, por um lado, é uma dança e, por outro, uma expressão de liberdade.
Ao final da leitura, você não apenas terá um novo entendimento sobre a capoeira e suas influências intelectuais, mas também um chamado à ação para reconhecer e valorizar essa herança cultural que ainda ecoa em nossa sociedade. A ginga da nação é uma obra que reverbera, clama para ser lida, absorvida e discutida. É um convite para mergulhar nas profundezas da alma brasileira, uma experiência que transforma e, sem dúvida, marca o leitor para sempre. 🥋✨️
📖 A ginga da nação: Intelectuais na Capoeira e Capoeiristas Intelectuais (1930-1969)
✍ by Mauricio Acuña
🧾 274 páginas
2014
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