A linguagem fascista
Carlos Piovezani; Emilio Gentile
RESENHA

A urgência de se compreender a história da linguagem política é mais do que um mero estudo acadêmico; é uma necessidade premente em tempos de polarização e desinformação. A linguagem fascista de Carlos Piovezani e Emilio Gentile traz à tona essa inquietante e poderosa temática, ao analisar como as palavras moldam, manipulam e, muitas vezes, destroem. Este livro não é apenas uma obra; é um grito de alerta, um convite à reflexão profunda acerca do que significa se comunicar em uma sociedade em constante transformação.
Desde o surgimento dos regimes totalitários, a linguagem se tornou uma arma fundamental na luta pelo controle social e a formação de identidades coletivas. Os autores, com uma maestria impressionante, desnudam as técnicas utilizadas para construir narrativas que podem seduzir e encantar, mas também enganar e submeter. A articulação entre política e linguagem é um tema pulsante, e essa obra se destaca ao traçar linhas precisas que conectam o passado e o presente, revelando a continuidade de estratégias que, embora encobertas, ainda permanecem vigentes na contemporaneidade.
Um aspecto fascinante de A linguagem fascista é o mergulho nas emoções que a retórica fascista provoca. Ao decifrar as palavras escolhidas, os tons usados e os silêncios ensurdecedores, Piovezani e Gentile fazem você sentir na pele como a comunicação pode ser um instrumento de controle e opressão. O leitor é instigado a se perguntar: como nos deixamos levar por discursos que prometem salvação rápida, quando, na verdade, pavimentam o caminho para a tirania? É uma reflexão incômoda que exige coragem e honestidade.
As vozes críticas que emergem nas resenhas refletem essa tensão. Alguns leitores exaltam a forma como o livro expõe as técnicas de manipulação linguística, enquanto outros, menos confortáveis com o tema, rebatem que o enfoque poderia ter sido mais extenso, abordando outras ideologias além do fascismo. Essa polarização nas opiniões é um reflexo do próprio tema abordado na obra: a capacidade da linguagem de criar divisões e promover identidades, fazendo com que o leitor se sinta compelido a escolher um lado.
No fundo, A linguagem fascista não é apenas uma análise; é um chamado à ação. Uma incitação a não apenas ouvir, mas a escutar, a não apenas ler, mas a interpretar criticamente as mensagens que nos cercam. Este livro não é uma leitura leve; é um compromisso com a responsabilidade de, a partir do conhecimento adquirido, construir um espaço onde a linguagem seja um veículo de liberdade e não de opressão. Ao final da leitura, você não sairá o mesmo - a maneira como vê o discurso político e suas sutilezas certamente será transformada. Prepare-se para uma revolução interna! ✊️✨️
📖 A linguagem fascista
✍ by Carlos Piovezani; Emilio Gentile
🧾 254 páginas
2020
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