A máquina de retrato
Lúcia Hiratsuka
RESENHA

A máquina de retrato não é apenas um livro; é um convite a olhar para dentro de si mesmo e a transitar por memórias, imagens e sentimentos que muitas vezes permanecem ocultos sob a poeira do cotidiano. Lúcia Hiratsuka, em uma escrita delicada e profunda, nos transporta para um universo onde a fotografia não captura apenas rostos, mas toda uma narrativa sobre identidade, pertencimento e a busca incessante por se entender no mundo.
Ao abrir as páginas desta obra, somos imediatamente envolvidos pela essência sensível da autora. Desde o traço que desenha cada página até a simplicidade com que aborda questões complexas, A máquina de retrato nos apresenta um enredo que homenageia a memória familiar e cultural. A obra convida o leitor a examinar a história contida em cada imagem, em cada lembrança, sugerindo que cada fotografia é um fragmento de um eu mais amplo, onde passado e presente se entrelaçam de forma indissociável.
É impossível não sentir a intensidade emocional e a nostalgia que escapam das palavras de Hiratsuka. Os leitores frequentemente comentam sobre como o livro evoca sentimentos potentes, trazendo à tona reflexões sobre suas próprias infâncias e as narrativas de suas famílias. Alguns ressaltam a capacidade da autora em transformar a fragilidade das memórias em uma forma de arte, enquanto outros se emocionam com o modo como uma simples máquina fotográfica pode se tornar um símbolo de conexão - entre pessoas e entre tempos distintos.
E o que dizer da importância de revisitar nuvens de memórias que pareciam inalcançáveis? Hiratsuka nos ensina que o ato de recordar pode ser libertador. Sobretudo em tempos onde a memória coletiva perde espaço para um presente efêmero, a autora nos lembra que carregar o peso de nossas histórias é um ato de resistência e amor. Os comentários elogiosos, por sua vez, ressaltam a dualidade da obra: enquanto alguns encontram nela uma reflexão poética, outros veem uma crítica mordaz à superficialidade do mundo contemporâneo.
A máquina de retrato é uma obra que não apenas acomoda o leitor. Ela o provoca, o empurra para a instabilidade da autoanálise e da identificação. Acima de tudo, Lúcia Hiratsuka nos desafia a reconhecer que por trás de cada rosto existe uma história, e cada história pode ser um retrato de como vivemos e de como desejamos ser lembrados.
O impacto deste livro vai além das páginas; ele ressoa na mente e no coração, explorando a necessidade inata de se conectar, de compreender e, principalmente, de permitir-se sentir. Ao final, ao fechar o livro, a sensação que fica é a de que cada um de nós é, também, uma máquina de retrato - capaz de capturar a essência do que somos e do que fomos, e de transformar isso em arte. Não fique fora dessa conversa íntima e reveladora com Lúcia Hiratsuka. 🌌
📖 A máquina de retrato
✍ by Lúcia Hiratsuka
🧾 40 páginas
2020
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