A polaquinha
Dalton Trevisan
RESENHA

A polaquinha não é apenas um livro, é uma viagem pela complexidade humana, pela busca incessante das relações e pela imersão em um Brasil que se revela nas entrelinhas das páginas. Dalton Trevisan, com seu estilo inconfundível e mordaz, nos apresenta uma trama que é tanto uma crítica quanto uma ode à condição humana, saltando entre a ironia e o lirismo.
Nessa obra, mergulhe no universo de uma jovem mulher, a "polaquinha", cuja vida é entrelaçada com os destinos de outros personagens que transitam por sua existência e revelam fragmentos de seus próprios dramas. É como se cada encontro fosse um pequeno espelho refletindo as agruras e alegrias de viver em uma sociedade tão complexa e multifacetada.
Desde a primeira página, a prosa de Trevisan provoca risos e reflexões. Ele não apenas narra; ele faz com que você viva os dilemas da protagonista, sinta o desconforto das interações sociais e a solidão de ser um "não-cônjuge" em um mundo que valoriza cada vez mais as relações formais. É o retrato fiel de um tempo e de um lugar - não apenas o Brasil da década de 80, mas um eterno Brasil subjacente, que nos faz questionar nosso próprio papel na trama da vida.
Os leitores, em sua maioria, ficam impressionados com a profundidade emocional que o autor consegue evocar. Comentários se espalham por aí: "É uma leitura que fica com você, que te arranca suspiros e risos", ou ainda, "Trevisan consegue captar a essência da vida urbana de uma maneira que poucos conseguem". Por outro lado, alguns críticos apontam a obra como excessivamente obscura e, por vezes, elitista em suas reflexões. Mas é exatamente essa polaridade que faz de A polaquinha uma experiência intensa e provocativa.
Enquanto você avança pelas páginas, cada personagem se torna uma peça de um quebra-cabeça que, ao se juntar, revela a tela tumultuada das relações brasileiras. A estrutura narrativa é como um jogo de tabuleiro, onde cada movimento revela novas perspectivas e provocações. Assim, a busca da protagonista pela liberdade e compreensão leva o leitor a uma jornada introspectiva, que faz ecoar questões sobre identidade, pertencimento e o que realmente significa amar.
A crítica social presente na obra não se limita ao Brasil da década de 80, mas ecoa até os dias atuais, nos chamando a um olhar mais atento para as nuances de nossas interações. Afinal, quem somos nessa teia de desilusões e esperanças? Em tempos em que a superficialidade das redes sociais tenta nos consumir, Trevisan traz à tona discussões sobre a essência das conexões humanas - um aspecto que nunca perde a relevância.
Ao concluir a leitura de A polaquinha, uma sensação de inquietude persiste; a pergunta que não quer calar se instala: quais são os laços que realmente valorizamos? Esta obra é mais do que uma simples narrativa, é uma reflexão visceral sobre a naturezas humanas que certamente deixará marcas duradouras na mente de quem ousar atravessar suas páginas. Embarque nessa jornada literária e descubra que cada história tem o poder de transformar e desafiar nossas convicções mais profundas. 💫
📖 A polaquinha
✍ by Dalton Trevisan
🧾 176 páginas
1985
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