A teologia da criação de São Boaventura
Uma necessária comparação do Hexaëmeron de São Boaventura (Séc. XIII) com o Hexaëmeron de Santo Ambrósio (Séc. IV)
Bruno Alves Coelho
RESENHA

Na vastidão do pensamento teológico, A teologia da criação de São Boaventura emerge como uma travessia indispensável, uma ponte que conecta a sabedoria medieval com o presente imediato. Bruno Alves Coelho nos leva a um tour provocativo pela essência do Hexaëmeron de São Boaventura, traçando paralelos audaciosos com a obra homônima de Santo Ambrósio. A leitura desse livro não é meramente acadêmica; é um convite a uma reflexão profunda sobre a criação e o papel do divino na ordem do universo.
Ao nos depararmos com as páginas que discorrem sobre a visão boaventuriana, somos desafiados a questionar: o que realmente significa a criação? Coelho não se limita a expor ideias; ele convoca o leitor a uma jornada introspectiva, onde cada conceito teológico se enreda em questões existenciais. É quase como ter um diálogo com os grandes mestres da fé, revivendo seus pensamentos em um contexto contemporâneo, um flerte entre o passado e o presente.
Mergulhar na obra também é perceber a intertextualidade que molda o pensamento cristão. A comparação entre os dois pensadores não é apenas uma questão de erudição, mas sim uma minuciosa análise que revela como as ideias evoluem, se desafiam e se sustentam mutuamente ao longo dos séculos. Aqui, Coelho brilha ao iluminar nuances que, se negligenciadas, poderiam ser perdidas na poeira do tempo.
Críticos e leitores se dividem sobre a obra; há quem considere a abordagem de Coelho um tanto audaciosa, enquanto outros veem uma magistral revelação. Em um cenário acadêmico muitas vezes reverberante e dogmático, a coragem de abordar São Boaventura e Santo Ambrósio numa conversa teológica se destaca como uma lufada de ar fresco. Os debates acalorados sobre a aceita-da interpretação de cada autor indicam que a obra já provoca reflexões importantes entre aqueles que se aventuram em seus conteúdos.
Para além das comparações, a obra de Coelho é um olhar atento sobre a influência que a teologia cristã exerceu na formação da sociedade. Através de um tema que poderia facilmente ser relegado ao passado, ele nos força a reconhecer a relevância dessas discussões. Afinal, a maneira como compreendemos a criação impacta não apenas nossa espiritualidade, mas também nossa ética, nossa moral e, consequentemente, a forma como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.
Ao final, A teologia da criação de São Boaventura não somente fornece um riquíssimo manancial de conhecimento; ela se transforma em um chamado à ação, uma reflexão sobre a criação que não se limita à doutrinação, mas que instiga um movimento real em direção ao entendimento e à fé. Essa obra não é para os apáticos; é para aqueles que se atrevem a questionar, a sentir e, acima de tudo, a evoluir. ✨️
📖 A teologia da criação de São Boaventura: uma necessária comparação do Hexaëmeron de São Boaventura (Séc. XIII) com o Hexaëmeron de Santo Ambrósio (Séc. IV)
✍ by Bruno Alves Coelho
🧾 158 páginas
2020
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