Achados e perdidos
Luiz Alfredo Garcia-Roza
RESENHA

Achados e perdidos não é apenas uma obra; é um mergulho profundo nas nuances do ser humano, especialmente sob o olhar afiado de Luiz Alfredo Garcia-Roza. Se você pensa que a literatura policial se resume a investigações banais e a vilões caricatos, você está prestes a ter a sua visão transformada.
Nesta narrativa, acompanhamos o detetive Espinosa, um personagem que vai além da superficialidade do estereótipo do "policial durão". Espinosa é um reflexo da complexidade da vida urbana, repleta de fragilidades e anseios. A trama se desenrola em uma busca por um homem misterioso que desaparece. Mas não se engane; a verdadeira essência da obra não reside apenas no crime em si, mas nas reflexões existenciais que surgem ao longo do caminho - uma crítica sutil à solidão que assola as grandes cidades e à busca incessante por conexões humanas.
A prosa de Garcia-Roza é como uma dança suave entre o real e o etéreo, capturando a essência da vida carioca nos anos 90. O autor, que viveu e respirou a cidade do Rio de Janeiro, traduz suas experiências em descrições vívidas que instigam uma sensação quase palpável de pertença. Cada página é uma janela aberta para a alma carioca, repleta de personagens tão reais que você quase pode ouvir suas vozes.
Os leitores têm se dividido em suas opiniões sobre Achados e perdidos. Enquanto alguns são completamente cativados pela profundidade psicológica e pela riqueza de detalhes, outros criticam o ritmo, considerando-o mais lento do que o esperado em um romance policial. Essa ambivalência revela a audácia da obra: ela desafia a percepção convencional do que um thriller deve ser, fazendo com que você questione suas próprias expectativas e experiências de vida.
Garcia-Roza não teme abordar a vulnerabilidade do ser humano. Ele convida você a olhar nos olhos dos personagens e sentir a dor e a alegria de suas vidas. Em cada diálogo, em cada reflexão de Espinosa, há um convite ao leitor para explorar suas próprias inseguranças e medos. E é esse apelo emocional que torna a leitura não apenas uma análise de um crime, mas uma jornada intensa de autoconhecimento.
O contexto histórico em que foi escrito também não pode ser ignorado. Nos anos 90, o Brasil vivia um momento de transição, e a literatura se tornava um espelho das inquietações sociais. Garcia-Roza, ao retratar a solidão e os dilemas existenciais, aborda questões que ainda ressoam fortemente em nossos dias. Assim, Achados e perdidos não é apenas um legado literário, mas um reflexo dos ecos de uma sociedade em mudança.
Ao final, a obra te deixa com um nó na garganta e um desejo ardente de revisitar cada linha. Você não sairá ileso desta experiência; Achados e perdidos é um convite à reflexão que pode mudar sua forma de ver o mundo. Não deixe que essa oportunidade de adentrar nas profundezas da alma humana passe despercebida. ✨️ Porque, convenhamos, você merece sentir tudo que essa narrativa tem a oferecer.
📖 Achados e perdidos
✍ by Luiz Alfredo Garcia-Roza
🧾 280 páginas
1998
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