Adoecer
Hélia Correia
RESENHA

Adoecer é uma obra que convoca o leitor a uma reflexão profunda e perturbadora sobre as fragilidades da existência humana. A autora Hélia Correia, em sua busca sincera por explorar as facetas da vida e da morte, não apenas narra uma história; ela nos arrasta para dentro de um labirinto emocional, onde cada palavra pesa como uma pedra em nosso íntimo.
Ao longo das 312 páginas, somos 'convidados' a dançar com a dor, a saudade e a transitoriedade das nossas experiências. A trama nos coloca frente a frente com personagens que, de maneira crua e visceral, encarnam as angústias e os anseios de viver. Você provavelmente sentirá um nó na garganta ao se deparar com os dilemas que eles enfrentam: a luta pela sobrevivência em um mundo indiferente, e a eterna busca por um sentido em meio ao caos.
A vida da autora, Hélia Correia, também se entrelaça com a narrativa. Nascida num contexto que mistura a literatura com as lutas da vida cotidiana, ela nos brinda com uma prosa poética que ecoa as suas próprias batalhas pessoais e criativas. O ato de adoecer torna-se, na sua pluma, não uma mera consequência biológica, mas um processo de transformação, uma reavaliação de valores e uma reconexão com o que realmente importa.
"O enredo é uma travessia", diz um leitor que, como muitos, encontrou em Adoecer não só uma história, mas um espelho. Outros se mostram mais incisivos, afirmando que a obra é um convite ao desconforto: "É um treino de empatia em tempos de apatia". As opiniões se dividem, mas há uma unanimidade no reconhecimento do poder catártico da leitura. O solavanco emocional que sentimos é palpável; cada página vira como um tapa na cara, uma lembrança de que estamos vivos, mas também estamos perdidos.
Historicamente, estamos falando de um mundo que, embora mais moderno, ainda é insensível às vulnerabilidades humanas. Enquanto o planeta gira a todo vapor, Adoecer nos convida a parar e observar. Observa o olhar do próximo, a expressão de quem luta pela vida contra as adversidades. E, ao fazer isso, Hélia Correia não só cria personagens; ela constrói um universo onde todos nós somos, de alguma forma, participantes.
As críticas à obra assinalam uma profundidade assustadora e uma beleza lírica que a tornam única. "Por que insistir em imaginar um final feliz quando a vida é repleta de incertezas?", questiona um dos mais fervorosos críticos, ecoando a própria essência da obra. Enquanto isso, outros leitores se vêem conectados às narrativas de dor e amor, como se estivessem visitando velhos amigos que, com suas imperfeições, refletem as nossas.
Lemos Adoecer e sentimos não apenas a tristeza pela fragilidade humana, mas a esperança de que, em meio a tudo isso, existimos! Hélia Correia nos leva a crer na força que reside na vulnerabilidade. É esta a mensagem que ressoa, mais forte do que um grito abafado pela sociedade moderna: que adoecer é também um ato de resistência e humanidade.
Ao fechar o livro, é provável que você se sinta diferente. Uma perspectiva renovada e um desejo ardente de viver plenamente. O impacto dessa leitura pode ser irreversível; e, se ao menos uma palavra sua ecoar na mente de alguém, então a obra terá cumprido seu papel. Não se trata de mais um livro nas prateleiras; Adoecer é um manifesto poético e existencial que você não pode deixar de vivenciar.
📖 Adoecer
✍ by Hélia Correia
🧾 312 páginas
2017
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