Adormecida
Anna Sheehan
RESENHA

Se você acha que as histórias de contos de fadas estão mortas, Adormecida, de Anna Sheehan, vem para te chocar e, quem sabe, até mesmo te fazer repensar o que você sabe sobre amor, identidade e a narrativa que carrega o peso da tradição. Esqueça a docilidade esperada nas princesas; neste livro, a protagonista, Elanor, explode os moldes do que significa ser uma heroína.
Oito décadas dormindo e um mundo transformado - esse é o cenário em que Elanor desperta, e a sensação é como se você estivesse abrindo os olhos para uma nova era, repleta de tecnologias que desafiam a própria natureza da existência. Mas, ao contrário de um simples "felizes para sempre", Sheehan presenteia o leitor com um questionamento inquietante: até que ponto a identidade é moldada por nosso passado e nossas experiências? É uma proposta de reflexão profunda que ecoa em cada página, levando você a um mergulho na psique da personagem.
Através de uma prosa instigante, a autora não apenas reimagina a condição da princesa à espera de seu príncipe encantado, mas também provoca a ideia de que a verdadeira luta para encontrar o nosso lugar no mundo começa quando acordamos. Os comentários dos leitores oscilam entre a admiração pela ousadia de Sheehan e críticas à abordagem contemporânea do tema, mas é inegável que Adormecida desafia os paradigmas.
Cenas de ação e emoção se entrelaçam como uma tapeçaria complexa, e você vai se pegar torcendo pela Elanor, cuja vivência ultrapassa os limites da fábula tradicional. E, enquanto ela confronta características de um futuro sem precedentes, a narrativa nos força a olhar para dentro e ponderar sobre o que significa realmente "despertar". Os dilemas que Elanor enfrenta - não somente externos, mas também internos - são reverberações de questões que sempre estiveram à espreita em nossas próprias vidas: o que somos sem nossas memórias? O que nos define?
A recepção crítica destaca, em tom polarizado, que essa não é uma mera adaptação da história da Bela Adormecida, mas sim uma reinvenção que causa desconforto. Ao abordar temas como a autonomia do corpo e as expectativas sociais, a obra de Anna Sheehan se torna um grito de liberdade, como uma bandeira desfraldada em tempos de opressão. O que faz de Adormecida uma leitura imprescindível não é apenas a trama envolvente, mas a forma como ela redefine heróis e heroínas.
Essa não é uma história com um final previsível; é uma jornada repleta de reviravoltas emocionais que podem fazer seu coração disparar. Ao chegar ao fim da narrativa, você se encontrará fazendo um balanço das suas próprias crenças e percepções. Adormecida é, sem dúvida, uma obra que inflama nossos anseios, um convite não apenas à leitura, mas também à transformação. Se você ainda não se rendeu a essa história arrebatadora, corra, pois o tempo não para - e nem o seu desejo de descobrir o que realmente significa acordar.
📖 Adormecida
✍ by Anna Sheehan
🧾 272 páginas
2012
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