AINDA NÃO RECEBI MESADA, SÓ TENHO TRÊS CONTOS
Sinvaldo Moura
RESENHA

Na obra Ainda Não Recebi Mesada, Só Tenho Três Contos, Sinvaldo Moura mergulha no universo da infância e suas pequenas revoltas, revelando o que há de mais puro e ao mesmo tempo profundo nesse período da vida humana. Com uma prosa que transita entre o lúdico e o reflexivo, o autor não se limita a narrar histórias, mas evoca sensações que nos fazem rever os pequenos dramas de crianças que, apesar de sua simplicidade, ecoam verdades universais.
Os contos, apesar de breves, são um verdadeiro mergulho nas emoções intensas do ser humano. Moura traz à tona o contraste entre a inocência infantil e as desilusões que, ainda que sutilmente, permeiam a vida cotidiana. A falta da mesada, que poderia ser apenas um detalhe, transforma-se em uma metáfora poderosa para frustrações mais abrangentes. O que representa, senão a luta contínua por afeto e reconhecimento?
Os leitores têm reagido de forma intensa a essa coletânea; alguns exaltam a capacidade do autor de capturar os sentimentos elementares de sua juventude, enquanto outros fazem críticas sobre a brevidade e a simplicidade das histórias. Em meio a essas opiniões, muitos compartilham a sensação de pertencimento ao ler os relatos, sentindo-se quase como se estivessem relembrando suas próprias infâncias. Os que reclamam da falta de profundidade talvez não tenham compreendido que a simplicidade é o próprio cerne do encanto da obra. É nesse espaço onde a clareza dos sentimentos costuma se perder nas complicações da vida adulta.
Moura, cuja vida profissional remete a um contato intenso com a infância através da educação, consegue transitar com maestria entre o que é real e o que é imaginário. Ele constrói narrativas que não dizem respeito apenas a um ou outro protagonista, mas se expandem para incluir experiências que pertencem a todos nós. As lembranças de momentos simples, mas significativos, trazem à tona os questionamentos que muitos levam ao longo da vida: o que realmente importa? A busca pela aceitação e o peso das expectativas são temas que reverberam nas mentes de adultos que, ao ler, se veem crianças novamente, imersos em suas emoções mais genuínas.
Através desse jogo de revelações emocionais, Ainda Não Recebi Mesada, Só Tenho Três Contos se torna não só uma leitura, mas uma verdadeira jornada ao âmago das relações humanas. Os comentários dos leitores revelam um impacto inesperado: muitos se sentem compelidos a revisitar suas histórias, a resgatar suas memórias mais queridas. Os ecos do passado se misturam à sensação de que, de alguma forma, esses contos fazem parte de cada um de nós.
Nesse passeio pela essência do ser humano, Sinvaldo Moura provoca, indiretamente, um choque de realidade. Ele nos lembra que as pequenas coisas têm um peso imenso e que, em cada conto, há uma possibilidade de reencontrar não apenas a criança que fomos, mas também a essência do que ainda somos. Esse livro é um convite à reflexão, uma oportunidade de reviver sentimentos e, quem sabe, mudar a forma como enxergamos as relações que nos cercam. É um tesouro literário pequeno em tamanho, mas gigante em significado. 🌟
📖 AINDA NÃO RECEBI MESADA, SÓ TENHO TRÊS CONTOS
✍ by Sinvaldo Moura
🧾 51 páginas
2019
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