Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
RESENHA

Alice no País das Maravilhas é uma jornada senoidal pelo absurdo, onde as regras do cotidiano são subvertidas e a lógica se perde como um gato que desaparece em uma névoa de sonhos. Lewis Carroll, com sua mente brilhante e irreverente, despeja sobre nós um mundo onde a imaginação é a única chave para a porta da exploração. Ao longo de suas páginas, somos convidados a questionar nossa percepção da realidade e a mergulhar em um universo que desafia todas as convenções.
Ao seguir Alice, que, por acaso, encontra um coelho apressado e uma toca mágica, você se depara com personagens que podem ser descritos como criaturas da própria mente de Carroll: o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas e o Sapo, cada um deles moldando, de maneira singular, a visão de um mundo caótico e enigmático. As interações entre esses seres são espelhos para nossas próprias incertezas e medos, evocando risos e reflexões profundas que, em última análise, nos confrontam com a lógica distorcida da vida.
A atmosfera surreal que permeia Alice no País das Maravilhas é mais do que entretenimento; é uma crítica mordaz à sociedade vitoriana, suas normas e seus valores. Carroll, que era professor de matemática, utiliza seu conhecimento para criar um labirinto lógico onde a razão se transforma em um mero acessório de uma narrativa que dança entre o maravilhoso e o perturbador. O leitor não pode deixar de se sentir parte dessa festança sem regras, onde a realidade é questionada e a criatividade é celebrada como um ato de resistência.
Comentários de leitores recentes mostram a diversidade de interpretações que a obra provoca. Muitos se sentem encantados pela poética dos diálogos e pelas reviravoltas inesperadas, enquanto outros criticam a aparente falta de sentido, apontando a obra como um mero devaneio infantil. Essa polarização é, de certo modo, um testemunho do impacto duradouro de Carroll, que, ao longo dos anos, influenciou uma miríade de artistas e pensadores, de Salvador Dalí a T.S. Eliot, todos eles inspirados pela liberdade criativa de sua prosa.
Sendo assim, ao abrir as páginas desse clássico, você não está apenas prestes a ler uma história; você está prestes a embarcar em uma viagem que balança suas certezas e, quem sabe, até transforma sua maneira de ver o mundo. Como as flores que cantam e os peixes que falam em Alice, essa obra te convida a redescobrir a beleza do absurdo e a essência do ser humano-fragilidades, delírios e tudo mais.
Deixe-se levar por essa espiral de referências e subtextos, e quem sabe ao final dessa aventura você não se sinta mais leve e mais consciente do potencial transformador da imaginação? É esse o convite mais profundo de Alice no País das Maravilhas: refletir sobre quem somos, o que nos limita e, principalmente, o que podemos criar fora dos moldes impostos pela sociedade. A não-conformidade é a sua resposta, a pergunta é sua apenas para descobrir. ✨️
📖 Alice no País das Maravilhas
✍ by Lewis Carroll
🧾 136 páginas
2020
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