Anjos partidos - Carbono alterado - vol. 2
Richard Morgan
RESENHA

Anjos partidos - Carbono alterado - vol. 2 não é apenas um desdobramento de uma narrativa; é um convite à reflexão e à provocação sobre a condição humana em um futuro próximo que pode parecer mais real do que nunca. Richard Morgan, com sua prosa afiada como uma katana, tece uma trama onde a linha entre vida e morte se desfaz em um emaranhado de tecnologia e moralidade. A obra é um retrato distorcido do que podemos nos tornar, um apelo visceral que ecoa nos corredores frios da nossa própria realidade.
Neste segundo volume, Morgan reapresenta Takeshi Kovacs, um ex-soldado, agora transformado em um verdadeiro anti-herói. Ele navega por um mundo cheio de corrupção, ambição desmedida e uma sociedade onde a imortalidade não é apenas um sonho, mas uma commodity. As consequências dessa busca insaciável pelo poder e por uma existência sem fim são exploradas sob uma luz que pode queimar mais do que iluminar. Kovacs, em sua jornada de redenção e autodescobrimento, se depara com dilemas que fazem qualquer dilema humano parecer trivial. É um jogo psicológico que faz você questionar até onde está disposto a ir por amor, lealdade e sobrevivência.
Os leitores, ao mergulharem neste universo densamente construído, encontram-se em um dilema: a tecnologia, que deveria nos libertar, se torna uma prisão. A obra é cheia de reviravoltas que mantêm a adrenalina lá em cima e a mente borbulhando. Nos comentários, muitos clamam sobre a profundidade das perguntas que surgem, relatando como Morgan não apenas entreteve, mas também fez refletir sobre as consequências de vivermos em um mundo cada vez mais digital e desumanizado. Outros, no entanto, não hesitam em criticar a obra, apontando a complexidade da narrativa como um entrave à imersão.
Morgan não é um autor qualquer; ele se posiciona como um crítico mordaz da sociedade contemporânea, e "Anjos partidos" é uma extensão dessa crítica. Ao revisitar as motivações que o levaram a escrever, fica claro: ele não teme explorar as sombras da alma humana. Se durante a década de 2000 a literatura de ficção científica começou a questionar a essência do que significa ser humano, em 2018, com Anjos Partidos, Morgan entrega uma obra que ressoa como um grito de alerta - uma advertência para os dias que estão por vir.
A narrativa se entrelaça com questões filosóficas que desafiam o leitor a considerar: a que custo a humanidade busca a imortalidade? Os protagonistas são construídos de maneira tão realista que você não apenas torce por eles, mas também se vê refletido neles, em suas falhas, fraquezas e anseios. É um lembrete sombrio de que todos somos "anjos partidos", habitando um mundo que nos molda e nos quebra ao mesmo tempo.
A experiência de ler Anjos partidos é como caminhar em uma corda bamba sobre um abismo: um passo em falso e você se vê mergulhando em um mar de emoções cruas. Você não consegue simplesmente fechar o livro; ao contrário, fica indagando sobre o que aconteceu, sobre o que poderia ter sido feito de forma diferente. É uma obra que agita, que perturba e, ao mesmo tempo, cria um espaço para a esperança, pois mesmo em um mundo em ruínas, ainda há uma chama de humanidade a ser resgatada. Se você ainda não se aventurou nas páginas deste volume, é hora de se deixar levar por essa tempestade de ideias e emoções. ⚡️
📖 Anjos partidos - Carbono alterado - vol. 2
✍ by Richard Morgan
🧾 563 páginas
2018
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