As Damas do Seculo Xii
Heloísa, Isolda e outras damas do século XII/A lembrança dos ancestrais/Eva e os padres
Georges Duby
RESENHA

As Damas do Século XII: Heloísa, Isolda e outras damas do século XII/A lembrança dos ancestrais/Eva e os padres, de Georges Duby, não é apenas uma obra; é uma imersão visceral em um tempo onde as mulheres moldavam a sociedade, mesmo que em silêncios e sombras. Ao desbravar a vida dessas figuras icônicas, como as trágicas Heloísa e Isolda, somos confrontados com uma história que grita por reconhecimento e reflexão.
No cenário histórico do século XII, uma época marcada por transformações turbulentas e riqueza cultural, Duby nos convida a revisitar as raízes femininas que sustentam a estrutura da sociedade. Ele se aprofunda em relatos que não são apenas sobre suas vidas individuais, mas também sobre o impacto profundo que essas mulheres tiveram em um mundo dominado por patriarcas.
É neste contexto que surge Heloísa, a freira apaixonada que transcende a sua condição; sua relação com Abelardo é mais que um romance, é um manifesto contra a opressão de seu tempo. Ao ler sobre sua luta, você é puxado para um abismo de emoções: a dor da renúncia e o amor que desafia normas sociais. Já Isolda, envolta em uma trama de amor e tragédia, representa a luta do feminino que resiste à desgraça com uma força impressionante.
Duby, com sua prosa afiada, provoca um turbilhão de sentimentos, e cada página é uma viagem por um universo que ainda ecoa em nossos dias. O autor não apenas reconta histórias; ele as reinterpreta, oferecendo uma nova perspectiva sobre os ancestrais que moldaram o que somos hoje. Ao abordar "Eva e os padres", uma análise provocativa dos papéis bíblicos femininos, somos instigados a refletir sobre as construções sociais que ainda nos cercam.
A recepção da obra entre os leitores é um aspecto fascinante. Enquanto alguns se maravilham com a profundidade das análises de Duby, outros, mais críticos, argumentam que a narrativa poderia se aprofundar ainda mais em certos aspectos socioculturais. Não é raro encontrar quem aponte que a obra deixa lacunas em contextos que poderiam enriquecer ainda mais suas discussões. No entanto, é inegável que, independentemente das críticas, a obra cumpre um papel essencial na revisitação da história feminina, e a coragem de Duby em desenterrar esses relatos é digna de aplausos.
Ao longo de sua leitura, o leitor é chamado a uma jornada de autoconhecimento e reflexão sobre o papel da mulher na construção da sociedade. O que nos ensina As Damas do Século XII? Que a luta é histórica e contínua, que devemos nos lembrar e valorizar as vozes silenciadas da história, e que essas vozes, mesmo que distantes no tempo, ressoam fortemente em nossos dias e nos moldam de maneiras inimagináveis.
Se você já se sentiu compelido a questionar as narrativas dominantes ou a buscar espaço para as histórias esquecidas, este livro é para você. Ele não apenas instiga a curiosidade, mas a necessidade de mudança e de revisitação do nosso próprio papel na sociedade. Ao fechar esse livro, não se surpreenda se um novo entendimento sobre as dinâmicas de gênero o invade. Você pode muito bem encontrar um novo propósito, uma nova paixão e, quem sabe, até um novo caminho. 💫
📖 As Damas do Seculo Xii: Heloísa, Isolda e outras damas do século XII/A lembrança dos ancestrais/Eva e os padres
✍ by Georges Duby
🧾 353 páginas
2013
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