As horas (Nova edição)
Michael Cunningham
RESENHA

As horas é mais do que um mero livro; é um mergulho profundo nas complexas emoções humanas que nos definem. Com uma narrativa que costura vidas e épocas, Michael Cunningham cria uma tapeçaria rica em nuances, revelando as dores e as delícias da existência.
Aqui, o leitor é imediatamente transportado para um mundo onde o tempo não é linear, mas sim um emaranhado de experiências que ecoam, ressoam e se entrelaçam. A obra, que flutua entre a Virginia Woolf, a Los Angeles dos anos 90 e a Londres contemporânea, é um testemunho poderoso da luta incessante por significado e conexão. Através das protagonistas - Woolf, Laura Brown e Clarissa Vaughan - Cunningham nos apresenta a fragilidade da vida e a busca desesperada por um propósito.
A relação que o autor estabelece entre as três personagens é como um fio condutor, que oscila entre desespero e esperança. Acompanhar Laura Brown, em sua angustiante rotina de dona de casa tentando se encaixar em moldes que nunca foram feitos para ela, arrebata o coração. A sua luta, marcada por um desejo de liberdade, nos faz refletir sobre os papéis que desempenhamos na sociedade e as expectativas que nos aprisionam. E você, já parou para pensar na sua própria liberdade?
E não podemos esquecer de Clarissa Vaughan, que enfrenta a passagem do tempo e a transitoriedade da vida de forma escorregadia, repleta de memórias e desilusões. Sua festa do aniversário, que deveria ser um momento de celebração, torna-se um palco de introspecção e revelações. Cada escolha, cada arrependimento, cada amor não correspondido se tornam ecos que reverberam por meio das páginas, fazendo com que você se questione: "Onde estou na minha própria história?"
Cunningham, com sua prosa poética e evocativa, não se limita a contar uma história; ele provoca um terremoto emocional. Cada frase é uma seta que perfura o coração, desnudando a angústia e a beleza da vida. Não é à toa que a obra foi aclamada e influenciou muitos. Escritores como Jonathan Safran Foer e Pulitzer Prize-winner, Anne Lamott, reconhecem em Cunningham um mestre da narrativa que nos faz ver e sentir além das palavras.
Por mais que alguns críticos tenham apontado que a obra pode ser densa e desafiadora, não há como negar que As horas é um convite a um diálogo íntimo com nossos próprios sentimentos. A genialidade de Cunningham reside não só em sua escrita, mas na forma como faz com que cada leitor se sinta parte dessa complexa discussão sobre a vida, a morte, os sonhos e as realidades que nos cercam.
Essa nova edição, além de trazer novos leitores, resgata a grandeza de uma história que nunca deixou de ser relevante. Se você ainda não se deixou levar por essa obra-prima, está na hora - ou melhor, nas horas - de embarcar nesta viagem de autodescoberta e reflexão. Ao final, você não apenas entenderá mais sobre os outros, mas também sobre si mesmo. A pergunta é: você está pronto para esse desafio?
📖 As horas (Nova edição)
✍ by Michael Cunningham
🧾 192 páginas
2022
E você? O que acha deste livro? Comente!
#horas #nova #edicao #michael #cunningham #MichaelCunningham