As origens da USP
Raça, nação e branquitude na universidade
Priscila Elisabete da Silva
RESENHA

Na trilha da história da Universidade de São Paulo, poucos livros são tão incisivos quanto As origens da USP: raça, nação e branquitude na universidade, de Priscila Elisabete da Silva. Você, leitor, não pode se dar ao luxo de passar batido por esta obra que se torna um verdadeiro farol de reflexão em tempos tão carregados de discussões sobre identidade, desigualdade e exclusão social no Brasil.
Priscila mergulha fundo nas raízes da USP, traçando um percurso que nos obriga a confrontar a complexa trama da raça e da branquitude. Você sabia que a percepção da universidade como um espaço elitizado e, muitas vezes, excludente está ligada a movimentos históricos profundos? Em suas páginas, a autora revela como a supremacia branca se entrelaçou com a construção da nação, explorando a interseção entre diversidade e um sistema educacional que, sob muitos aspectos, foi moldado para ignorar e marginalizar.
O que você encontrará neste livro não são apenas dados frios ou uma análise acadêmica isolada; aqui, há uma poesia sócio-histórica que toca em pontos sensíveis da nossa sociedade. O olhar perspicaz de Priscila provoca, faz você sentir um nó na garganta ao perceber as feridas ainda abertas, que ecoam na trajetória de muitos estudantes e professores que tentam se afirmar em um espaço historicamente dominado. 😢
Os comentários sobre a obra são fervorosos. De um lado, críticos aplaudindo a coragem de expor e discutir as dinâmicas de poder que permeiam a educação, e do outro, reações que minimizam ou tentam colocar panos quentes na realidade abordada. É como um eco na mente da sociedade brasileira, que ainda luta para se livrar das amarras de seus passados distorcidos. Uma parte da audiência, por exemplo, teme que a crítica à branquitude possa ser mal interpretada. Outros, mais ousados, reconhecem que o desconforto é a primeira porta para a mudança.
O contexto histórico em que Priscila escreve não pode ser desprezado. Enquanto o Brasil se vê em meio a cisões sociais cada vez mais agudas, a discussão sobre a branquitude e seus privilégios ressoa não apenas na academia, mas em cada esquina, onde debates sobre gênero, raça e classe social estão em alta. A abordagem de Priscila é uma claridade que acende lampiões na senda da educação, fazendo-nos refletir sobre quem realmente é visto e ouvido dentro das paredes das universidades.
Ao final de sua leitura, algo ocorre dentro de você. É um convite não apenas à reflexão, mas à ação. Você se sente compelido a discutir, a argumentar, a explorar novas perspectivas sobre o que significa ser parte desta sociedade marcada por exclusões. A urgência de se abrir a conversas complexas, ainda que incômodas, se torna evidente. Não se trata de uma mera obra didática; é um grito que ressoa, clamando por igualdade e por um espaço onde todos possam brilhar.
Por isso, eu te digo: não se esconda. Deixe que As origens da USP: raça, nação e branquitude na universidade te envolva. Faça dessa obra um ponto de partida para entender as nuances da nossa realidade e, quem sabe, transformar a forma como você enxerga não só a educação, mas a sociedade como um todo. 💥 Não haverá como voltar atrás, e você definitivamente não quererá ficar de fora dessa conversa crucial.
📖 As origens da USP: raça, nação e branquitude na universidade
✍ by Priscila Elisabete da Silva
🧾 359 páginas
2020
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