As Pilhas Fracas do Tempo
Leo Cunha
RESENHA

Na delicada intersecção entre o tempo e a memória, As Pilhas Fracas do Tempo, de Leo Cunha, emerge como um convite visceral à reflexão. Em suas apenas 56 páginas, o autor nos transporta para um universo onde cada fragmento de vida, cada lembrança, é uma peça do quebra-cabeça existencial que nos define - e que, muitas vezes, parece prestes a se dissipar como fumaça.
Ao longo de sua narrativa envolvente, Cunha provoca uma inquietação peculiar, uma sensação de que, em um mundo saturado de informações efêmeras, as "pilhas" de nossas memórias estão, de fato, se esgotando. Como um maestro das emoções, o autor nos ensina que o tempo não é apenas um espectador nessa dança, mas um protagonista inquieto, moldando nossas vivências e, consequentemente, a forma como nos enxergamos. O medo da obsolescência, da fragilidade das recordações, é palpável em cada linha, reverberando na mente do leitor como um eco que não se silencia facilmente.
Os leitores de Cunha, em sua maioria, não conseguem conter a emoção. Comentários reverberam em elogios sinceros, destacando a sensibilidade única da prosa que não apenas conta histórias, mas toca a alma. Entretanto, como em toda obra provocativa, há críticas. Alguns apontam a brevidade do livro como uma limitação, lamentando que uma ideia tão rica não seja explorada por mais tempo. Mas aqui está a grande sacada: a concisão de As Pilhas Fracas do Tempo é, na verdade, sua maior força. Em um mundo que clama por atenção constante, Cunha nos desafia a valorizar a essência, a extrair o máximo de cada instante.
Cunha, um veterano da literatura infantojuvenil, traz à tona uma questão atemporal: o que de fato permanece em nossas memórias? Enquanto você lê, é impossível não se perguntar: quantas memórias suas estão perdidas, como folhas secas se desintegrando ao vento? E mais, quantas vezes você se permitiu vivenciar plenamente o presente, sem se distrair pelo que virá?
Em um cenário cultural saturado, onde ruídos diários competem por nossa atenção, As Pilhas Fracas do Tempo se estabelece como um grito de alerta. A obra não é apenas uma leitura; é um convite a revisitar suas próprias memórias, a compreender sua linha do tempo pessoal e a aceitar a fragilidade dessa construção. Ao final, você não sairá do livro apenas mais consciente; estará transformado, como se o próprio tempo houvesse lhe oferecido uma nova perspectiva.
Então, permita-se mergulhar neste universo e faça as pazes com as suas próprias pilhas fracas. Quem sabe, ao final da leitura, você também não se sentirá compelido a reviver, reavaliar e, acima de tudo, revalorizar os momentos que realmente importam. 🕰 O tempo é, afinal, um ladrão que te rouba tudo, mas também pode ser um amigo que entrega suas mais preciosas memórias de volta aos seus braços. Cuidado: você pode nunca mais olhar para a passagem do tempo da mesma forma.
📖 As Pilhas Fracas do Tempo
✍ by Leo Cunha
🧾 56 páginas
2020
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