Até que tenhamos rostos
A releitura de um mito
C.S. Lewis
RESENHA

Até que tenhamos rostos: a releitura de um mito é um convite a uma viagem intensa pelas profundezas da alma humana. C.S. Lewis, um dos gigantes da literatura, nos apresenta uma obra que ressignifica o mito de Eros e Psiquê, trazendo à tona questões de amor, identidade e a eterna busca por pertencimento. Aqui, não estamos apenas diante de uma narrativa; estamos frente a frente com as verdades mais cruas e complexas da existência.
Na história, conhecemos a trágica vida de Orual, uma rainha marcada por uma beleza que não pode ser vista por outros, mas que lhe gera um desespero imenso. Esse duelo entre o que realmente somos e o que os outros percebem de nós ressoa em todos nós. Lewis transforma essa luta em uma reflexão poderosa sobre o amor possessivo e a incapacidade de verdadeiramente ver o outro. Você já se sentiu invisível, mesmo entre aqueles que ama? Esse sentimento, tão comum em nossa experiência humana, é explorado de maneira brilhante por Lewis, que envereda por um caminho de fúria e compaixão em uma prosa de tirar o fôlego.
Os leitores são pegos em um turbilhão emocional, revivendo suas próprias inseguranças e anseios. As críticas e os aplausos à obra são um reflexo dessa complexidade; muitos admiradores se sentem tocados pela profundidade e pela vulnerabilidade de Orual, enquanto outros acham a narrativa desoladora e sombria. A capacidade de Lewis em provocar estas emoções contraditórias enriquece ainda mais a sua obra.
C.S. Lewis foi profundamente influenciado por suas próprias experiências, como sua amizade com J.R.R. Tolkien e sua luta interna entre fé e razão. Isso o levou a explorar questões filosóficas densas em suas obras, e Até que tenhamos rostos não é exceção. O autor, que sempre se destacou por sua capacidade de unir a narrativa à teologia, entrega ao leitor um dilema que vai muito além do amor romântico - é uma crítica à percepção que temos de nós mesmos e dos outros.
Você, caro leitor, não pode deixar de se perguntar: qual é o seu rosto? Qual verdade escondida você teme revelar? Ao mergulhar nas páginas deste livro, você não só fará a descoberta de Orual, mas também de si mesmo. A obra se desdobra como uma confissão dolorosa e libertadora, fazendo você confrontar suas questões mais profundas sobre aceitação, amor e o peso da própria identidade.
Através de um complexo jogo de emoções, C.S. Lewis solidifica sua posição como um dos mais influentes escritores do século XX. Sua reflexão toca em temas universais que ecoam pela obra de muitos autores posteriores, ressoando em vozes contemporâneas que também lutam para entender a condição humana.
Em suma, Até que tenhamos rostos: a releitura de um mito é um testemunho arrebatador do que significa ser humano - uma obra que não se afasta das sombras que habitam em nós, mas que, em vez disso, nos instiga a explorá-las. A preponderância da beleza na feiúra, a busca incansável do ser pelo outro, e a ascensão do espírito em meio ao desespero são apenas algumas das lições que você encontrará aqui. Não há como escapar: ao final, você sairá transformado, mais consciente e absolutamente cativado. 💔✨️
📖 Até que tenhamos rostos: a releitura de um mito
✍ by C.S. Lewis
🧾 305 páginas
2021
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