Ave diadorim
Imagética da mulher em Grande sertão veredas
Lígia Regina Calado de Medeiros
RESENHA

As páginas de Ave diadorim: imagética da mulher em Grande sertão: veredas, de Lígia Regina Calado de Medeiros, emergem como um mosaico poético e retórico. Aqui, o sertão brasileiro não é apenas cenário; torna-se um personagem pulsante onde as vozes femininas ecoam com força e intensidade. A autora habilmente entrelaça a complexidade da masculinidade que permeia a obra-prima de Guimarães Rosa, descortinando, com maestria, a realidade obscura e opressora vivida pelas mulheres nesse universo.
A análise proposta por Medeiros provoca um despertar dos sentidos. Suas letras tecem não apenas uma crítica, mas nos forçam a reavaliar a nossa própria visão sobre o papel da mulher na literatura e na sociedade. A imagem da figura feminina, muitas vezes relegada ao segundo plano nas narrativas do sertão, é exaltada e amplificada, como um grito de resistência que transborda nos rincões de uma terra marcada pela luta e pela dor. 🥀
Cada capítulo é uma viagem, um convite para entrar na mente de Riobaldo e de outras figuras femininas que, apesar de silenciadas, revelam-se através das suas ações, pensamentos e sentimentos. A autora nos conduz por um caminho onde as nuances da masculinidade rosa se chocam com a força bruta do feminino, desvelando o que sempre esteve à sombra. É um estudo que faz cada leitor ter um vislumbre do que é o amor, a traição e a luta pela liberdade sob a ótica dessas mulheres.
Os comentários e críticas que cercam a obra são, na sua maioria, apaixonados, revelando a capacidade de Medeiros de tocar na alma de quem lê. Alguns leitores enfatizam que a abordagem corajosa e inovadora dela sobre a obra de Rosa os deixou em estado de contemplação, quase como se o sertão se tornasse um estrondoso eco do diálogo humano mais profundo. Outros, however, apontam para a necessidade de uma maior ampliação de vozes que não se limitam ao sertão, mas que podem englobar as realidades femininas em distintos espaços e tempos. Essas opiniões divergentes trazem à tona um aspecto interessante da recepção do texto: a sua habilidade de provocar debates acalorados sobre a representação feminina na literatura.
Medeiros não é apenas uma acadêmica que disseca uma obra; ela canta um hino à resistência. Em tempos onde a voz feminina luta para ser ouvida e reconhecida, Ave diadorim faz um convite pulsante e urgente para que não esqueçamos das lutas travadas e das vozes que devem ser erguidas. O espectro histórico que permeia a obra aumenta sua relevância: é um testamento vibrante não só sobre uma época marcada pela opressão, mas também sobre a luta contínua pela igualdade, incluindo todos os espaços onde a mulher deve estar presente e brilhar.
Se você ainda não agarrou Ave diadorim e se deixou levar por seu encantamento e profundidade, não se prive desse prazer. As palavras de Medeiros estão sedentas de serem conhecidas, e suas lições são mais que valiosas; elas são uma chamada à ação. Prepare-se para visitar um sertão onde a mulher não é apenas coadjuvante em uma história de homens, mas a essência que pulsa, luta e transforma. Deixe que essa obra abrace sua mente e coração e não diga que não avisei! 📜✨️
📖 Ave diadorim: imagética da mulher em Grande sertão: veredas
✍ by Lígia Regina Calado de Medeiros
🧾 133 páginas
2018
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