Bagageiro
Marcelino Freire
RESENHA

Bagageiro, de Marcelino Freire, é uma obra literária que desafia e arrasa ao mesmo tempo. Quando você mergulha nas páginas deste livro, não há como escapar do turbilhão emocional que ele provoca. Freire, com sua escrita afiada e incisiva, te transporta para um universo onde as histórias são como bagagens pesadas, repletas de dramas e memórias que precisam ser desvendadas.
Aqui, o autor revela um Brasil multifacetado. Os contos que compõem Bagageiro não são meras narrativas; são reflexões profundas sobre a identidade, os afetos e as violências que permeiam a sociedade contemporânea. De forma magistral, Freire utiliza a linguagem como uma ferramenta potente, pincelando o cotidiano com elementos de lirismo e crueza. Você sentirá a pulsação dos personagens como se fossem parte de sua própria vida, suas dores, suas alegrias, tudo isso numa intensidade avassaladora.
Os leitores são divididos: alguns se encantam pela honestidade brutal das palavras de Freire, enquanto outros, mais conservadores, não conseguem lidar com a crueza exposta. Essa divisão é uma prova de que Bagageiro não é um livro para ser lido de forma leviana; é um convite a confrontar as verdades desconfortáveis que todos nós carregamos em nossas bagagens invisíveis. A recepção é polarizada, mas, sem dúvida, ninguém permanece indiferente.
Ao explorar os temas do pertencimento e do exílio, Freire evoca uma nostalgia que transcende o espaço físico e emocional. Ele nos obriga a olhar para o outro, a sentir o que o outro sente, a compreender os pesares do mundo. É como se ele dissesse, em cada conto, que nossas vidas são interligadas por fios invisíveis, e que a empatia é a única maneira de amenizar as feridas que a sociedade nos inflige.
A escrita de Freire é, sem dúvida, uma explosão literária que ressoa com ecos de grandes autores brasileiros. Ele não tem medo de mergulhar no profundo abismo das emoções humanas, e isso é o que torna Bagageiro tão assustadoramente belo. Em um país sedento por vozes autênticas, Marcelino se destaca como um farol; não dá para ignorá-lo.
E enquanto você se aventura por suas páginas, cada parágrafo traz um novo desafio, uma nova reflexão. Os ecos das vozes que se entrelaçam, dos silêncios que falam mais alto que palavras, te pegam e não te soltam. Ao final, você não sairá ileso; seu coração estará mais pesado, mas também mais vivo. A lição que fica é simples: essa bagagem não deve ser esquecida, e mais importante, deve ser compartilhada.
Ao fechar o livro, você se verá refletindo sobre tudo o que leu. O poder dessa obra é tão intenso que as discussões ao seu redor não podem ser evitadas. O que Bagageiro faz é abrir feridas que talvez você tenha escondido. Então, se você tem coragem de encarar essa viagem, prepare-se para se reconstituir, um conto de cada vez. 🌪
📖 Bagageiro
✍ by Marcelino Freire
🧾 160 páginas
2018
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