Bangalô
Marcelo Mirisola
RESENHA

Bangalô é uma escapada de palavras, um convite a transitar pelos labirintos da mente do autor Marcelo Mirisola, um dos mais provocativos escritores contemporâneos. Em suas páginas, você não encontrará apenas narrativas; você se depara com um mundo onde o cotidiano se transforma em poesia e a banalidade adquire cor e peso.
A trama se desdobra em torno do protagonista que, preso em sua rotina corrosiva, encontra um bangalô - um refúgio. Essa casa, que poderia parecer um simples abrigo, na verdade revela-se um espaço de transformação, reflexão e até mesmo de autodescobrimento. O que se espera encontrar em um recanto sossegado? Paz? Silêncio? Ou a gritaria ensurdecedora de anseios não resolvidos? Cada página do livro parece sussurrar um segredo, cada parágrafo ecoa a busca intrépida de um ser que se transforma a cada respiração.
Mirisola é um maestro da linguagem, usando palavras como uma ferramenta de escavação existencial. A sua prosa, melódica e incisiva, penetra nas camadas da alma humana com a habilidade de um cirurgião; ao mesmo tempo que cura, também expõe os vícios e as feridas. Os leitores têm se mostrado divididos: muitos aplaudem a profundidade emocional evocada pela narrativa, enquanto outros criticam uma possível falta de linearidade nas histórias. Será que esse desvio narrativo não é precisamente o que enriquece a obra? O que é a vida senão uma série de desvios?
Num estilo grandioso, Mirisola faz uma crítica quase poética ao ritmo frenético da vida moderna. Através de sua escrita, ele nos provoca a questionar se ainda reconhecemos o que significa desacelerar. A ideia de que um bangalô pode ser um espaço para escapar do ruído incessante da cidade se torna uma metáfora poderosa para a busca por autenticidade e conexão humana em tempos de desconexão.
Entre os comentários de leitores, ressoa a ideia de que Bangalô é uma obra que não se lê apenas, mas se vive. Os que a abraçaram relatam um estranho impulso de autoinvestigação após fechar o livro, como se fossem compelidos a revisitar suas próprias "casas" emocionais. Outros, no entanto, apontam a complexidade da prosa como um obstáculo, sentindo-se confusos em meio à riqueza de camadas que o autor habilidosamente impõe.
Marcelo Mirisola não é um autor que se contenta em ser apenas uma voz; ele se torna um grito, uma provocação que explode na mente dos leitores. Bangalô é mais do que um refúgio; é uma jornada ao desconhecido, uma luta interna que ecoa nos pensamentos de quem lê. E você, leitor, pronto para entrar nesse bangalô e enfrentar os próprios fantasmas ou se esconder sob a confortável armadura da sua rotina? Este livro não deixa espaço para complacência. Ele te aguarda - imperturbável e sedutor.
📖 Bangalô
✍ by Marcelo Mirisola
🧾 127 páginas
2016
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