Resumo de Marcha Fúnebre, de Machado de Assis
Mergulhe na ironia de 'Marcha Fúnebre' de Machado de Assis. Uma reflexão hilariante sobre a vida e a morte, repleta de críticas sociais.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você está se perguntando o que poderia ser mais desconfortável do que uma marcha fúnebre, talvez esteja prestes a descobrir que ler Marcha Fúnebre de Machado de Assis é uma experiência bastante peculiar. Publicado em 1899, esse conto é a prova de que nem toda história sobre a morte precisa ser apenas sombria - pode sim, ser recheada de ironia aos moldes machadianos.
Logo de cara, somos apresentados a um personagem que tem a nobre missão de acompanhar um cortejo fúnebre. Um momento de pura cerimônia misturada com uma pitada de comédia, que poderia ser tranquilamente o tema de um reality show, caso o Brasil do século XIX tivesse essa versão. A narrativa gira em torno da reflexão do narrador sobre a vida e a morte, com um toque de humor ácido e críticas sociais, como é de costume no trabalho de Assis.
Durante a marcha, o narrador observa a multidão que o acompanha - e, meu amigo, o que não falta é tipo curioso! Eles estão lá, em sua maioria, com a típica educação e respeito que só a morte consegue trazer à tona. Mas você já parou para pensar que o verdadeiro espetáculo é a comédia humana que se desenrola ao redor?
Aliás, não podemos deixar de mencionar um detalhe fascinante: o defunto. Sim, o morto, que é quem deveria ser o centro das atenções, acaba se tornando um coadjuvante da narrativa, enquanto o narrador reflete sobre a superficialidade da vida que todos levam. É como se Assis dissesse: "Vamos rir dessa tragédia, porque morrer é só mais uma parte da vida!"
Ao longo da marcha, o protagonista faz diversas observações sarcásticas sobre as relações sociais e as hipocrisias da sociedade carioca do século XIX. Ele critica a maneira como as pessoas lidam com a morte, a dor e, claro, a presença de convenções que transformam um evento tão triste em uma vitrine de comportamentos exagerados e, muitas vezes, falsos.
E, como sempre, Machado de Assis entrega um dos seus melhores trocadilhos e ironias, provando mais uma vez que o que não falta é talento para transformar o cotidiano em uma obra-prima da literatura. Em resumo, Marcha Fúnebre é muito mais do que um simples cortejo de luto; é um convite à reflexão sobre a vida e a morte, revestido daquele humor mordaz que faz de Assis um clássico.
Antes que eu me esqueça: spoiler! No fim, o que fica dessa impressão de morte e luto é a certeza de que a vida continua, mesmo que seja em meio a essa comédia de costumes que chamamos de existência. Portanto, ao ler, prepare-se para rir (ou pelo menos sorrir) sobre o inevitável fim que, de alguma forma, nos une a todos. Essa obra é um verdadeiro retrato do "dizer-se de tudo e pouco ser", escrito à maneira de um dos maiores mestres da literatura brasileira.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.