Resumo de 1930: a crítica e o Modernismo, de João Luiz Lafetá
Descubra como o livro '1930: a crítica e o Modernismo' de João Lafetá revela o tumulto cultural do Modernismo brasileiro de forma leve e instigante.
domingo, 10 de novembro de 2024
Se você pensava que o Modernismo brasileiro era só um bando de artistas deitado em camas de palha fazendo arte abstrata e pedindo um café no meio da confusão, prepare-se para um coquetel literário bem mais afiado. Em 1930: a crítica e o Modernismo, João Luiz Lafetá nos leva a um passeio por essa época tumultuada que, acredite, é muito mais complexa do que parece.
O livro é uma análise do Modernismo a partir de uma perspectiva crítica e histórica, com foco no famoso ano de 1930, que pode ser lembrado como o ano em que a arte brasileira se despiu das suas amarras e disse "chega" à tradição. Afinal, nesse ano houve uma revolução política e cultural de dar inveja a qualquer festeiro que tentasse animar a festa. Metade da população deve ter se perguntado: "Mas que diabo é esse Modernismo?". Pois é, Lafetá se dedica a explicar isso com maestria.
Nos primeiros capítulos, somos apresentados aos principais críticos da época, seres viventes que dedicaram suas vidas a dissecar o que consideravam as "aberrações" da nova onda de criatividade. Olhando de longe, esses críticos pareciam mais preocupados em manter seu prestígio do que realmente entender o que estava acontecendo. E o autor não perde a oportunidade de cutucar esses críticos com seu olhar mordaz. Imagina só, como alguém pode criticar um movimento que visava justamente quebrar as regras sem analisar a fundo suas propostas?
À medida que avançamos, Lafetá também se aprofunda em figuras icônicas do Modernismo, como Mário de Andrade e Oswald de Andrade (sim, eles são dois Andrades diferentes, não é um erro de digitação). Essas personalidades estavam fervilhando de inventividade e ideias tão destrutivas quanto um liquidificador na casa da avó - mas, ao invés de fazer uma vitamina, estavam criando a nova face da literatura brasileira.
E não vamos esquecer do contexto sociopolítico do Brasil nessa época. Imagine que o país estava passando por uma transformação de dar um nó na cabeça de qualquer sociólogo. A Revolução de 1930 não foi apenas uma mudança de governo; foi uma revolução na forma de pensar e sentir a arte. E Lafetá consegue mostrar como esses eventos impactaram a produção literária e crítica.
O autor também discute a crítica contemporânea, expondo as nuances entre a reação dos críticos do passado e as interpretações modernas. É como se ele estivesse tentando reconciliar o passado com o presente. No fundo, ele quer que a gente entenda que, se na época as coisas eram confusas, hoje não é muito diferente.
E, claro, como todo bom livro de crítica, ele deixa alguns spoilers do que estava por vir no Modernismo. Prepare-se para brigas e disputas entre escritores, incompreensões (porque ninguém entende ninguém quando se trata de arte, certo?) e uma revolução estética que ainda reverbera até hoje.
Em resumo, 1930: a crítica e o Modernismo é uma leitura que dá um panorama da efervescência cultural daquele ano de forma leve e irônica, fazendo com que o leitor sinta que está acompanhando uma conversa de bar entre amantes da literatura - só que com um pouco mais de erudição. É um mergulho que vale a pena para quem quer entender por que as coisas ficaram tão loucas (e lindas) na literatura brasileira.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.