Resumo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Mergulhe nas reflexões irônicas de Brás Cubas em 'Memórias Póstumas'. Uma crítica afiada à sociedade do século XIX que ressoa até hoje.

Se você está aqui, deve estar curioso sobre a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas e, claro, quem não estaria? Machado de Assis nos convida a um banquete literário com um prato principal que é, nada mais nada menos, que a história de um defunto mentiroso. Sim, você leu certo: Brás Cubas, o protagonista, já começa a história empoleirado em seu caixão, e escolhe se apresentar ao leitor depois de um belo passeio pela eternidade. Tal como ele, muitos de nós gostaríamos de ter essa liberdade de falar depois de mortos, mas, ao que parece, ainda estamos "vivos" para pagar boleto!

A trama se inicia com a famosa frase "Eu, que não sou um homem de letras, escrevo estas memórias". A ironia já começa por aí, amigo! Brás, um burguezinho de alcurnia, começa a narrar sua vida e suas reflexões sobre a sociedade carioca do século XIX com uma pitada de sarcasmo e muita crítica social. Ele não perde a oportunidade de jogar verdades na cara dos leitores sobre a vaidade, a hipocrisia e a futilidade que permeiam as várias esferas sociais daquela época - e se você está achando que esse retrato não serve para os dias de hoje, sinto dizer que você precisa urgentemente sair da bolha!

Brás Cubas, já sepultado e sem qualquer pressa, logo nos revela suas "grandes conquistas": um amor não correspondido, a fama de um escritor que nunca chegou a ser, além de sua obsessão pelo status e pela aparência. Ele se lembra de sua amada, a bela e vazia Virgília, que o trocou por um marido mais interessante - claro, porque antes de tudo, as aparências sempre foram o que mais importou! No entanto, o que Brás realmente quer é expor as falácias de uma sociedade tão cheia de "nobres" ideais, mas que na verdade, como o próprio Brás, não passa de uma caricatura.

E não pense que a narrativa se deixa levar apenas pelo peso do drama; Machado faz questão de tecer humor e ironia em cada página. O defunto é esperto e até se atreve a criticar a própria literatura - sim, amigo leitor, é para o seu ego não inflar! Ele critica os romancistas de sua época e se coloca na posição de narrador onisciente, mas de uma forma que nos faz perguntar: "Esse cara não estava morto?".

Ao longo da narrativa, Brás apresenta figuras como o médico Pimentel, que representa a medicina da época (e se você não sabe, ela não era lá essas coisas) e o Conselheiro de Mademoiselle, que encarna a política, sempre disposta a realizar a troca de favores. A crítica a essas figuras sociais evidencia como Machado de Assis era um verdadeiro alquimista da prosa, transformando a comédia em um painel da vida brasileira.

Agora, se você não quer spoilers, é melhor parar por aqui! Na reta final, Brás Cubas se depara com a sua própria mortalidade (se você achava que isso já não tinha sido abordado) e encerra suas memórias com um dos desfechos mais icônicos da literatura mundial. Sem dar muitos detalhes, podemos dizer que ele nos deixa com uma pergunta que nem todos se atrevem a responder: será que a vida tem valor se não deixamos legados, se não nos tornamos memoráveis?

Memórias Póstumas de Brás Cubas é, portanto, uma obra rica e cheia de camadas que não só proporciona um olhar crítico sobre a sociedade do século XIX, como também nos convida a refletir sobre nossas próprias vidas - e a queimar um pouco de dinheiro com as ilusões de sucesso. Em suma, é uma leitura obrigatória para todo amante da literatura que não tem medo de dar boas risadas enquanto reflete sobre a condição humana. E quem não gosta de uma boa dose de ironia, não é mesmo? Venha rir e chorar com Brás!

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.