Resumo de O inventário das coisas ausentes, de Carola Saavedra
Mergulhe na introspectiva narrativa de Carola Saavedra em 'O inventário das coisas ausentes', explorando as complexidades das perdas e memórias.
domingo, 17 de novembro de 2024
Em O inventário das coisas ausentes, Carola Saavedra nos apresenta uma história que é basicamente uma viagem introspectiva em um mundo onde as ausências são mais barulhentas que a presença de qualquer coisa que possa ser catalogada. Aqui, a vida de uma mulher, que aparenta ser tão comum quanto uma segunda-feira de chuva, ganha contornos deliciosamente complexos e, claro, repletos de frustrações. Prepare-se para descobrir a arte de fazer listas e listas, que vão muito além do que um simples "comprar pão" e puff - já que estamos aqui, a protagonista se depara com o vazio que a vida é capaz de provocar.
A narrativa é embalada por uma questão: como podemos lidar com as coisas que nos faltam? Essa é a verdadeira vingança de Saavedra, que nos faz pensar que contar o que não temos, em vez do que possuímos, é quase um esporte radical. A protagonista faz isso através de sua vida, enquanto nos encanta com suas reflexões sobre objetos desaparecidos numa espécie de duelo emocional com suas memórias e experiências.
Em seu inventário, ela lista suas perdas, desde amores desfeitos até as pequenas coisas que, pasmem, se foram. Entre os itens estão lembranças de uma infância dispersa, relacionamentos que ficaram no passado como fotos em álbuns esquecidos e o peso da solidão que se acumula como poeira em prateleiras. É quase uma terapia em forma de prosa, onde será que está o terapeuta? Rumores indicam que ele pode estar perdido também.
No desenvolvimento da trama, a protagonista nos leva a passeios emocionantes por suas memórias enquanto reflete sobre o que significa estar presente em meio a tantas ausências. E, sim, tem spoiler! Para os mais curiosos, no final, ela percebe que as coisas ausentes podem estar mais próximas do que se imagina, talvez estejam só esperando que a gente coloque a mão na massa e faça um inventário decente - não apenas das coisas que estão faltando em nossa vida, mas também daquelas que, vez ou outra, se apresentam disfarçadas.
Ao longo do livro, o leitor se dá conta de que, por mais que a protagonista pareça perdida em suas reflexões, ela também está, de alguma forma, organizando seu próprio inventário pessoal. Isso leva a um questionamento existencial sobre o que realmente valorizamos e por que guardamos certas coisas (ou pessoas) em nossas lembranças como num museu de cera cheio de estátuas de um passado talvez mais glorioso do que realmente foi.
Assim, O inventário das coisas ausentes é uma leitura leve, mas que provoca uma profunda reflexão sobre a natureza das perdas, das memórias e, claro, a eterna busca por significado nas pequenas coisas que tornam a vida colorida. E se você esperava uma conclusão mágica e instantânea, aqui vai: a vida é um eterno inventário, e talvez o segredo esteja em saber o que vale realmente a pena listar.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.