Resumo de Criminalização dos Jogos de Azar - A História Social dos Jogos de Azar no Rio de Janeiro (1808-1946), de Marcelo Pereira de Mello

Entenda a relação da sociedade brasileira com os jogos de azar no Rio de Janeiro, de 1808 a 1946, em uma análise crítica e bem-humorada.

Se você já se perguntou por que os jogos de azar estão sempre nas sombras da sociedade brasileira, sinta-se privilegiado porque Marcelo Pereira de Mello fez o serviço duro para você, e com isso, entregou um belo banquete histórico no livro Criminalização dos Jogos de Azar - A História Social dos Jogos de Azar no Rio de Janeiro (1808-1946). É a mistura perfeita de história com um toque de "só quem não brinca com o azar é feliz".

O livro gira em torno da trajetória dos jogos de azar no Rio de Janeiro, desde o ano de 1808 - sim, aquele ano em que nossa história tomou uma nova direção com a chegada da Corte Portuguesa - até 1946, quando os apostadores tiveram que guardar suas fichas e enfrentar a dura realidade de jogar bicho sem a permissão da lei.

Parece até enredo de novela das oito!

Nos primeiros capítulos, Mello mergulha na cultura carioca e como os jogos eram bem vistos, um verdadeiro "Rolê dos Aposentados". Os jogos de azar estavam mais integrados à sociedade do que muitos pensam. O autor cita desde as casas de jogo de cartas até as famosas loterias, que, entre uma carta e outra, revelavam um Rio de Janeiro cheio de vida, gente divertida e... famílias que jogavam no bicho enquanto queriam um futuro melhor para seus filhos.

Mas, como tudo que é bom dura pouco, a "paz dos azarados" foi ameaçada. Chegamos à parte em que a moral da sociedade começa a gritar e a hipocrisia aparece com toda força. A partir de 1880, entramos na era onde os jogos de azar começam a ser criminalizados. Aqui, o autor explora o pano de fundo político e social que levou a essa mudança repentina de clima, enquanto algumas pessoas estavam apenas tentando ganhar aquele extra para pagar o aluguel. Spoiler: a sociedade não perdoa!

A narrativa também traz à tona figuras importantes do cenário carioca da época. A relação entre o governo e os jogos era como uma dança entre amantes: horas de paixão e horas de briga. O autor dá aquele tom crítico e, ao mesmo tempo, cômico à situação, mostrando como o jogo de azar era demonizado enquanto outras práticas igualmente questionáveis eram toleradas. Ah, a hipocrisia!

Chegando em 1946, Mello apresenta o golpe final: a proibição dos jogos de azar! O que se desenrolou a partir de então? Um verdadeiro "divórcio da sociedade com o jogo". Uma mudança que não só afetou quem apostava, mas também quem vivia do "bicho" e dos cassinos, e que agora tinha que se reinventar para não perder o bonde da História.

Ao final da leitura, fica aquela pergunta: os jogos de azar realmente foram bons ou apenas uma forma de escapismo para quem estava cansado de uma vida repleta de dívidas e obrigações? Marcelo Pereira de Mello coloca tudo isso em pauta e nos faz refletir sobre a moralidade que envolve as apostas.

Portanto, para quem está querendo entender a relação "amor e ódio" da sociedade brasileira com os jogos de azar, este livro é uma excelente pedida. Com um texto leve e bem-humorado, a obra é um verdadeiro convite a explorar os bastidores do jogo e a construção social ao longo do tempo. Afinal, em um mundo onde muitos ainda jogam suas fichas na vida, o que é a criminalização senão um jogo de cartas fora do baralho?

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.