Resumo de O Cortiço, de Aluísio Azevedo
Mergulhe na crítica social de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e descubra as complexas relações humanas em meio ao calor do subúrbio carioca.
domingo, 17 de novembro de 2024
Ah, O Cortiço! Um clássico da literatura brasileira que poderia muito bem ter como subtítulo "A vida nos subúrbios: drama, suor e um fiapo de romance". Escrito por Aluísio Azevedo e publicado em 1890, esse livro é um verdadeiro tour pela vida de uma comunidade nos subúrbios do Rio de Janeiro, onde as relações humanas se entrelaçam numa trama de amor, embates sociais e, claro, uma boa dose de clima quente - e não estamos falando apenas do calor carioca!
A história gira em torno do famoso cortiço, um conjunto habitacional que não é exatamente o modelo de lar do sonho brasileiro. Lá, todos vivem "lado a lado" - e quando digo "lado a lado", imagina um bando de pessoas amontoadas como sardinhas em lata. No epicentro dessa agitação está João Romão, o protagonista, que é meio que o "dono do pedaço". Ele começou do zero, ou melhor, do subsolo, e através de muito trabalho (ou "jeitinho") conseguiu juntar uma grana e construir o tão desejado cortiço. Mas se você achou que a vida dele seria um mar de rosas, spoiler alert: não é.
João é um ambicioso que não perde uma oportunidade de se dar bem. Ele também está de olho em Piedade, uma mulher cheia de curvas e charme, mas com um coração que não bate só por ele. O relacionamento entre os dois é uma verdadeira novela, cheia de reviravoltas e, claro, uma pitada de ciúmes. Piedade, por sua vez, não é apenas uma coadjuvante: ela traz consigo uma bagagem de desafios e decisões que vão movimentar a história como um bom samba-enredo.
Enquanto isso, o cortiço está repleto de personagens exóticos - temos desde o carpinteiro que acredita ser o próximo grande artista até a mulher que não larga o seu gato, que por sua vez é a coisa mais sensata ali. Cada um deles traz uma camada de complexidade social, mostrando as diversas facetas da vida urbana, das obrigações familiares e, claro, da luta por um lugar ao sol.
Conforme a narrativa avança, nos deparamos com a decadência do cortiço, que reflete a situação de seus moradores. Aqui, Azevedo não poupa críticas sociais! O Cortiço se transforma numa verdadeira representação de uma sociedade em transformação, mostrando como a presença de diferentes classes sociais e culturas provoca uma verdadeira panela de pressão - só que sem a tampinha de segurança.
E não pense que o autor vai deixar as coisas fáceis para o nosso amigo João Romão. Ele vai ter que enfrentar diversos desafios e uma série de embates que vão desestabilizar não só seus planos de crescimento, mas também suas relações pessoais. E spoiler de novo: o final do livro não é exatamente aquela celebração de final feliz que a gente gostaria de ver. Aliás, prepare-se para uma boa dose de reflexão sobre as desigualdades sociais que ainda permeiam o nosso Brasil.
Em suma, O Cortiço é uma obra que vai muito além dos romances e dos desencontros amorosos. É uma crítica social poderosa, um espaço de vida cultural pulsante e, principalmente, uma verdadeira aula sobre a complexidade das relações humanas em uma sociedade em constante transformação. Então, se você ainda não leu, talvez seja a hora de dar uma conferida e se divertir com as tramas da vida de João Romão e seus vizinhos cheios de personalidades marcantes.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.