Resumo de Comando Vermelho, de Carlos Amorim
Mergulhe na realidade do tráfico com 'Comando Vermelho', de Carlos Amorim. Uma leitura reveladora que expõe o submundo do crime no Brasil.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você pensou que a vida do tráfico de drogas no Brasil seria só glamurizações e dinheiro fácil, prepare-se para um choque de realidade. Comando Vermelho, escrito por Carlos Amorim, é aquela leitura que, ao invés de te dar um guia de como ser um chefão do crime, mostra mais as dores e delícias (embora, por favor, tenha em mente que as delícias são raríssimas) dessa vida insana.
O livro se debruça sobre o histórico da organização criminosa que ficou famosa não apenas por seu poderio, mas também por seus conflitos internos e uma bela dose de tragédias. Os dados que Amorim apresenta vão além de fofocas de novelo de lã; aqui, o autor entrega um retrato nu e cru do sistema carcerário e das missões do Comando Vermelho, que, vamos combinar, não são apenas aquelas que vemos em filmes da Sessão da Tarde.
A narrativa começa com um refresco sobre a fundação do Comando, que nasce nos anos 70, durante o regime militar, em meio a um cenário de repressão que, para muitos, foi uma verdadeira escola do crime. Os envolvidos no esquema criaram laços que iam muito além de amizade; eram, muitas vezes, uma questão de sobrevivência. Já imaginou ter que escolher entre a lealdade ou a liberdade? Aqui, essa é a realidade de muitos.
À medida que avançamos na trama, Amorim nos leva a conhecer personagens que, sinceramente, parecem saídos de um livro de ficção. Guerreiros e guerreiros, que, um detalhe: não têm medo de cruzar a linha do que é aceitável, mas que também se deparam com um sistema que parece sempre estar à espreita, pronto para dar uma rasteira. E, claro, não podemos deixar de mencionar as traições que vão e vêm. Spoilers? Não se preocupe, aqui as surpresas estão muito mais nos acontecimentos do que em qualquer revelação específica.
Ao longo do livro, Carlos Amorim foca também na evolução da facção, as alianças improváveis e os conflitos com outras organizações, que são uma verdadeira novelinha mexicana, cheia de drama, reviravoltas e - claro - mortes. O autor não se furta em expor a hipocrisia e a corrupção que permeiam não só o tráfico, mas o sistema que supostamente deveria combatê-lo, incluindo policiais e políticos. Tiroteio e corrupção andam de mãos dadas na narrativa, como duas almas gêmeas que se encontram em meio ao caos.
O livro, mesmo com sua seriedade, consegue oferecer momentos em que o leitor se vê em um misto de espanto e entretenimento, como se estivesse assistindo a um filme em que as cenas de ação são cortadas por diálogos despretensiosos entre os mafiosos. É aquele típico "morar no zona de guerra", com muito mais nuances do que se imagina.
No fim das contas, Comando Vermelho é uma verdadeira aula sobre o submundo, mas também um lembrete de que por trás das façanhas e armadilhas do crime, existem seres humanos que fazem escolhas muitas vezes motivadas por um contexto social e econômico nada favorável. Ah, quem diria que o tráfico podia ser tão complexo, não é mesmo? Então, prepare-se para um passeio sem volta por essa trama intrincada, onde o crime é só parte da história maior que envolve vida, morte, e a busca incessante por respeito em um mundo que simplesmente não dá trégua.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.