Resumo de Suma Teológica. IIIa Pars - Volume 4, de Santo Tomás de Aquino
Explore os temas da liberdade e moralidade na Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino. Entenda como suas virtudes podem guiar sua vida.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que a filosofia é uma conversa chata sobre as leis do universo, pode se preparar para dar risada com a Suma Teológica, essa obra-prima de Santo Tomás de Aquino que, mesmo nas suas mais de 700 páginas, não perde a chance de fazer você pensar. Já aviso que este texto pode conter alguns spoilers do fundo da teologia cristã, então, se você preferir se manter no mistério, é melhor voltar pra sua série favorita.
No Volume 4 da IIIa Pars, o bom Santo Tomás traz para a mesa um dos debates mais intrigantes da sua época (e ainda de agora): a natureza, o uso e o abuso da liberdade humana. Ele poderia muito bem ser um conselheiro espiritual no sofá da sua avó, mas o que ele faz na verdade é mergulhar em questões moralmente profundas, quase como um Sherlock Holmes da moralidade. Ele fala sobre o que é "bom", "mau" e como a gente pode ou não se livrar das garras do pecado (spoiler: não é tão fácil assim).
Logo nos primeiros capítulos, Tomás começa com a definição do que, afinal, é a Lei. Pensa na Lei como aquela avó que sempre diz que você não pode sair à noite: ela é para sua proteção, mas acaba sendo um pouco irritante. Para Aquino, a Lei é uma orientação divina para a humanidade, e ele quebra tudo em tipos: a Lei Eterna (que é como se o próprio Deus escrevesse as regras), a Lei Natural (aquela que sua avó já sabia, mas não tinha como provar), a Lei Divina (que vem da superinteligente mente de Deus, você sabe como) e a Lei Humana (as leis dos países, onde nem sempre a lógica faz sentido - olá, Brasil!).
Aquino, sempre generoso em suas elucidações, chega ao ponto de analisar se temos ou não livre arbítrio. Em suma, ele defende que sim, temos, mas cuidado: isso não é um cartão livre para bagunçar tudo na vida dos outros! Ao contrário, a liberdade, segundo ele, deve ser usada para a busca do bem. E, por favor, não se esqueça que ele é um teólogo do século XIII, então suas ideias podem ser um pouco mais complicadas do que aparentam.
Agora, quando pensamos em "pecado", é como se Santo Tomás fosse o Mário da moralidade, pulando de plataforma em plataforma para explicar a diferença entre pecados veniais (sim, são aqueles mais "leves") e os pecados mortais (aí a coisa fica séria, e você pode estar a um passo de ser "Game Over"). Ele discute como cada pecado afeta nosso relacionamento com Deus e com os outros, que, sejamos sinceros, é mais complicado que entender o final de "A Origem".
Por último, mas não menos importante, Santo Tomás faz uma análise do papel das virtudes. Aqui entra a parte em que ele entra no modo "coaching espiritual" e nos apresenta as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e as virtudes cardeais (temperança, justiça, coragem e prudência). É como uma listinha de dicas para não se perder na ansiosa aventura da vida.
E assim termina o nosso passeio pela Suma Teológica. A moral da história? Você pode, sim, ter liberdade, mas não saia por aí usando isso como desculpa para todas as suas travessuras. Tente ouvir o que Santo Tomás tem a dizer, porque ele poderá ter algumas dicas valiosas sobre como viver. ou, pelo menos, garantir que você não vai acabar em apuros no céu.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.