Resumo de Giro dos afetos: a literatura rosiana no meio do redemoinho, de Gabriel Oliveira
Mergulhe nas emoções da literatura rosiana com 'Giro dos afetos' de Gabriel Oliveira. Uma leitura que transforma a complexidade da vida em arte.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você achava que literatura era só textos chatos e sem graça, talvez precise conhecer Giro dos afetos: a literatura rosiana no meio do redemoinho, do talentoso Gabriel Oliveira. Neste charmoso livrinho de 184 páginas (sim, só isso, então não deve ser tão difícil de encarar), o autor nos leva a um passeio pela obra de Clarice Lispector e noções do afeto, como se estivesse organizando um piquenique literário no meio de um tornado. Você tá pensando: "Que piquenique é esse que eu vou voar pro espaço?" Pois é, meu amigo, prepare-se para o redemoinho.
Gabriel começa a obra se debruçando sobre a literatura rosiana - pode fazer uma pausa para procurar no Google ou na Wikipedia, eu espero. Ele fala sobre os sentimentos, os afetos, os lamentos e tudo que envolve a escrita da Clarice, com uma pitada de carinhoso deboche, porque a vida é curta demais para levar tudo a sério, não é mesmo?
No decorrer do livro, Gabriel faz o que muitos tentam, mas poucos conseguem: ele mapeia a complexidade da literatura de Lispector. Em várias passagens, ele menciona como os afetos estão contidos em uma verdadeira montanha-russa. Sim, porque amar, sofrer e ser confuso é tudo a mesma coisa em um parque de diversões da alma.
Ele também traz reflexões sobre a relação entre literatura e vida. Sabe aquele momento em que você lê algo que parece ter sido escrito exclusivamente para você? Gabriel diz que isso acontece porque os afetos que permeiam a obra de Clarice são universais - só faltou dizer que são mais universais do que sutiã na época do verão.
Mas não se engane achando que é só uma análise especializada - temos aos montes exemplos e pequenos contos que mostram como os personagens lispectorianos transitam entre a confusão e a beleza da vida humana. Ele faz isso tudo sem deixar de dar umas cutucadas na gente, como se dissesse, "tá vendo, você também é um pouco Lispector", ou seja, encrencado em seus próprios sentimentos.
Além dos afetos em si, Oliveira fala da forma com que os personagens da Clarice se envolvem com o mundo - esse chamado "redemoinho" do título. É como se os leitores fossem levados junto com eles, dançando no meio da tempestade, tentando se agarrar a algum abrigo que às vezes pode ser só uma boa leitura.
A grande revelação do livro é que, ao contrário do que muitos pensam, a literatura não é só para quem já "tem a profundidade do poço". A chave está no afeto e na forma como nos conectamos com a escrita, seja para encontrar identificação ou só para entender que a vida é, sim, uma bagunça cheia de sentimentos mal resolvidos.
Já aviso que não tem spoilers aqui - afinal, é uma obra de não-ficção e, convenhamos, a vida não tem spoiler, a gente só vai vivendo e se surpreendendo (feita de maneira bem Lispectoriana). Então, se você quer entender mais sobre a relação de afetos na literatura e como isso se entrelaça na vida, Giro dos afetos é a leitura perfeita para seu próximo piquenique no redemoinho da existência. E quem sabe, depois de tudo isso, você não consiga se ver em cada página dessa obra!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.