Resumo de Pavillon 9: Chemin de croix à Carandiru, de Hosmany Ramos

Mergulhe na realidade crua de Pavillon 9, onde Hosmany Ramos expõe o trágico e o humorístico da vida no Carandiru. Uma leitura cativante e reveladora!

Se você já deu uma passadinha pela literatura brasileira e está a fim de uma overdose de realidade, é melhor dar uma lida em Pavillon 9: Chemin de croix à Carandiru, de Hosmany Ramos. O livro, escrito com a sinceridade de quem já viu de tudo dentro de um presídio, traz à tona o lado sombrio e, pasme você, trágico-humorístico da vida dos encarcerados no sistema prisional brasileiro.

Logo de cara, o autor nos coloca em um dos pavilhões mais "animados" da Casa de Detenção de São Paulo, o famoso Carandiru, que já fez parte do nosso imaginário por suas histórias recheadas de drama e sobrevivência. E, óbvio, todos sabemos como isso termina, porque o Carandiru foi palco de um episódio lamentável: o massacre de 1992. Mas vamos com calma, isso não é um spoiler, é só o cenário que já conhecemos e que está na boca do povo.

A narrativa gira em torno de um personagem que apresenta a vida diária dos internos, suas relações e, claro, as tensões acumuladas que se transformam em um verdadeiro tempero de loucura. O autor não se furta em mostrar as artimanhas e manobras que os presos usam para sobreviver. São estratégias que variam do mais simples convívio social à mais elaborada trapaça. Pode-se dizer que, no Carandiru, a criatividade é o prato do dia.

À medida que o enredo avança, você se depara com uma galeria de figuras que são, no mínimo, inusitadas. Temos os líderes de facções, os sonhadores em busca de um futuro, as mães que vão visitar os filhos e, claro, as histórias cheias de reviravoltas e tragédias absurdas. Se você estava pensando que a vida lá dentro é como um filme de Hollywood, prepare-se para um choque de realidade que, por vezes, se torna tão surreal que parece sátira.

E o que dizer das relações internas? O autor nos faz entender que a vida no pavilhão, como em qualquer sociedade, não é regida apenas pela força bruta, mas também por alianças, rivalidades e, pasmem, até mesmo amor. É claro que o amor e a amizade na prisão têm sabores bem diferentes, mas quem somos nós para julgar? O importante é a camaradagem, mesmo que ela venha acompanhada de alguns "desentendimentos" aqui e ali.

Não podemos deixar de mencionar o elemento crucial da narrativa: a crítica social. Hosmany Ramos aproveita a oportunidade de contar a vida na prisão para criticar o sistema carcerário brasileiro e expor as profundas falhas emocionais e físicas que os presos enfrentam. Os trechos sobre a saúde, a alimentação (se é que podemos chamar assim) e a falta de humanização são de arrepiar. Afinal, quem diria que estar atrás das grades é só uma parte do problema?

A leitura é intensa, e você pode se sentir um pouco sufocado com a brutalidade e a realidade que a obra apresenta, mas é essa mistura de drama e humor que torna Pavillon 9 uma leitura cativante. Os momentos de leveza em meio ao caos são como um sopro de esperança em um ambiente que muitas vezes parece estar mergulhado na escuridão.

Em resumo, Pavillon 9: Chemin de croix à Carandiru é uma obra que escancara a verdadeira face de um sistema tão complexo e contraditório. Portanto, prepare-se para uma jornada irônica e, por que não, um pouco bem-humorada, dentro de um dos cenários mais desafiadores que a literatura brasileira já retratou. Se a sua intenção é conhecer a verdadeira essência da vida na prisão, sem maquiagens ou ilusões, este livro é a pedida certa!

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.