Resumo de Terapia (Avareza), de Ariel Dorfman
Aprofunde-se em 'Terapia (Avareza)' de Ariel Dorfman e descubra como a avareza molda nossas vidas e relações de forma divertida e reflexiva.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você achou que Terapia (Avareza) se trataria de uma simples sessão com um psicólogo que iria te levar a repensar suas finanças pessoais, sinto muito, mas você se enganou totalmente. Ariel Dorfman nos leva a um tour na psicologia das obsessões, especificamente a avareza, todo wrapped em uma história que parece uma mistura de novela mexicana com filosofia existencial. Prepare-se para uma análise crítica e irônica sobre a avareza que, spoiler alert!, não termina em "seja feliz e deixe o dinheiro ir".
O enredo gira em torno do personagem Sergio, um terapeuta que decide acompanhar a vida de um paciente que poderia muito bem ser um personagem do Coringa: Dona Augusta, uma mulher que tem uma relação quase amorosa com suas posses. Agora, pegue um paciente que já está mais para uma mala enferrujada do que para um ser humano, acrescente um docente que começa a se perder em suas próprias inseguranças quando o tema são bens materiais, e você tem uma mistura explosiva de situações que fazem o leitor rir e ponderar, tudo ao mesmo tempo.
Dorfman apresenta um verdadeiro espetáculo de como a avareza não é apenas uma questão financeira, mas um estado de espírito que se infiltra nas relações, entre amigos, amantes e até na própria terapia. Ao longo da narrativa, você vai perceber que o relacionamento entre o terapeuta e a paciente vira um jogo de xadrez repleto de chantagens emocionais, em que quem mais perde é quem menos abre a mão - e eu não estou falando só de dinheiro, mas de sentimentos também.
Em um momento logo após uma sessão de terapia, Dona Augusta vai a um acesso de raiva porque uma de suas posses (ah, as relíquias da avareza!) teve uma pequena lasca. É o tipo de cena que faz você pensar: "será que é ela ou sou eu quem está errando?" Isso tudo enquanto Sergio questiona sua própria relação com o dinheiro e a forma como as posses o amarram a uma vida de mediocridade emocional.
Spoiler: o final não é exatamente "e todos viveram felizes para sempre". Dorfman faz um trabalho sensacional de desmontar a ideia de que a avareza é apenas uma questão de acumulação de bens; na verdade, a avareza revela quem somos de verdade e o que realmente valorizamos na vida. E, acredite, não é só o campo material que entra em crise aqui. Ao invés de sair melhor após a terapia, Sergio acaba em um clarão de realizações perturbadoras, que nos faz refletir sobre o que realmente importa na vida.
Por fim, Terapia (Avareza) é um convite a olhar para dentro e questionar nossas próprias avarezas, sejam elas de dinheiro, amor ou amizade. A narrativa é leve, irônica e, acima de tudo, engraçada, mas te faz pensar. Portanto, esteja preparado para riso e reflexão, porque Dorfman não vem para brincar com a sua avareza - ele vem para esmiuçá-la com bom humor e perspicácia. E, sim, você pode acabar revendo sua relação com aquele seu carrinho de aluguel de dois reais que abana sua consciência toda vez que vê uma promoção na internet. Então, pode ser bom deixar a avareza de lado por um tempo e dar uma chance à leitura!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.