Resumo de A singularidade das investigações filosóficas de Wittgenstein: Fisiognomia do texto, de João José R. L. de Almeida
Mergulhe na análise provocativa de Wittgenstein e descubra como suas investigações filosóficas desafiam a lógica e a linguagem de maneira intrigante.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você está aqui, é porque decidiu embarcar numa viagem filosófica sem muitos protótipos de GPS e com algumas paradas não programadas. O livro A singularidade das investigações filosóficas de Wittgenstein: Fisiognomia do texto, do autor João José R. L. de Almeida, é um daqueles clássicos que te fazem perguntar "Por que estou fazendo isso comigo mesmo?" enquanto você tenta decifrar a obra de um dos filósofos mais intrigantes e "delicados" do século XX.
Vamos lá! O texto se propõe a analisar as investigações filosóficas do filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein, o homem que, em sua juventude, resolveu que as palavras não eram apenas palavras, mas sim "ferramentas" que podem nos ajudar ou nos confundir de maneira épica. O autor toma a liberdade de discutir a fisiognomia do texto, que, de uma forma bem resumida, seria como a aparência e as expressões que os textos podem ter, sem precisar de filtros do Instagram.
Almeida começa apresentando o contexto das investigações de Wittgenstein, que se passaram logo após ele ter decidido deixar de lado as teorias muito ciumentas e aplicadas do seu primeiro livro, o Tractatus Logico-Philosophicus. Ele entrou num mau relacionamento com a linguagem que durou tanto tempo que até os pombinhos na praça se perguntaram quando ele ia terminar. O autor argumenta que a nova fase do filósofo - suas investigações - não seria apenas uma revolução na filosofia, mas também uma forma de criar um anti-manual de instruções de como não viver a vida, recheada de paradoxos e angústias.
Ao longo do livro, Almeida discute como Wittgenstein se distanciou da ideia de que a linguagem seria uma folha totalmente clara, indo pra um lado mais típico de quem quer enfiar a mão na massa. A ideia de que podemos ver as nuances, as ambiguidades e até as pequenas feridas da linguagem é uma abordagem que faz você se sentir meio como um detetive que caiu de pára-quedas numa reviravolta literária.
O autor também aborda o famoso conceito dos jogos de linguagem de Wittgenstein. Não, não estamos falando de fliperama, mas de todas as maneiras como podemos usar a linguagem em diferentes contextos. É como se cada conversa fosse uma partida e, dependendo do time com quem você joga, as regras mudam. E advinha? A verdade não é sempre a mesma! Escandaloso, não?
Almeida traz à tona as implicações da forma como Wittgenstein considera os problemas da filosofia. Ao contrário de oferecer soluções brilhantes para existências problemáticas, ele diz que o que há de importante é entender como nos metemos em encrencas com a linguagem em primeiro lugar. Uma verdadeira terapia de grupo filosófica, em que todo mundo se reuniu para discutir seus traumas linguísticos.
Aqui vai a cereja do bolo (ou seria a azeitona da pizza?): o livro não está livre de "spoilers", pois nas investigações de Wittgenstein não há uma resposta única ou um desfecho bonitinho. Existe uma série de enredos que se entrelaçam na busca pela clareza, enquanto você descobre que a grande sacada pode ser, na verdade, que nem tudo precisa fazer sentido.
Portanto, se você está à procura de um texto que te faça rir - ou chorar, dependendo de como você lida com a linguagem - e ao mesmo tempo desperte seu instinto crítico, essa obra de Almeida é imperdível. Prepare-se para um desafio que pode não te deixar com todas as respostas, mas, com certeza, vai te fazer refletir sobre o quão complexa e fascinante é a sala de aula do mundo das ideias.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.