Resumo de O Capitalismo Como Religião, de Walter Benjamin
Mergulhe na intrigante visão de Walter Benjamin sobre o capitalismo como uma religião. Descubra como o consumo molda nossa vida e relações.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você já se pegou pensando se o capitalismo é uma religião disfarçada de economia, Walter Benjamin veio para esclarecer sua dúvida existencial em "O Capitalismo Como Religião". Esse livreto provoca - e faz isso de forma bem interessante - uma reflexão das mais cabeludas sobre a forma como o capitalismo molda a vida humana, algo como uma versão ilustrada do "como viver bem". Mas não espere encontrar receitas de bolo ou dicas de como ficar rico: aqui a coisa é mais filosófica.
Benjamin começa nos apresentando a ideia de que o capitalismo, assim como qualquer religião, possui seus rituais e dogmas. Ele alega que os sacrifícios exigidos do fiel (o trabalhador, se você ainda não pegou a indireta) são semelhantes àqueles exigidos pelas práticas religiosas autênticas. Ou seja, vamos lá, se você trabalha pra caramba e ainda assim não consegue o que deseja, talvez você esteja simplesmente "dando a sua alma" para o sistema, tal como um devoto fervoroso.
A obra também mergulha no conceito de tempo, mais especificamente, o tempo que o capitalismo consome. Para o filósofo, o dia a dia financeiro nos absorve tanto que as relações humanas se tornam quase irrelevantes. Os índices, os gráficos e os boletos viram o novo altar, e cá entre nós, quem nunca se sentiu um verdadeiro sacerdote quando foi pagar uma conta? A adoração ao consumo, à acumulação e à sucessão de bens é uma verdadeira cerimônia!
Benjamin, que não é bobo nem nada, nos provoca ao afirmar que o capitalismo conta com suas próprias promessas de salvação. Ele descreve o dinheiro como uma força quase mística, capaz de transcender todas as barreiras sociais e humanas: "contanto que você tenha dinheiro, o resto é só detalhe". Sério, quem precisa de amor e afeto quando se pode comprar uma televisão de última geração? Spoiler: a resposta é todo mundo!
O autor também trata das conexões emocionais que os indivíduos têm com o dinheiro e o consumo. Na sua visão, as pessoas são levadas a acreditar que, ao consumir, estão realizando seus desejos mais profundos. Um hambúrguer gourmet aqui, um par de tênis da moda ali, e pronto: você se torna automaticamente mais feliz. No entanto, ao se deparar com o vazio da satisfação momentânea, o que sobra? A frustração e um desejo cada vez maior por mais bens de consumo.
Dessa forma, "O Capitalismo Como Religião" não é só um grito de socorro, mas um verdadeiro manifesto. Benjamin nos incita a visualizar a economia sob uma nova perspectiva, como uma crença que molda todos os aspectos da vida moderna. E se você acha que a transformação cultural é só para os bobos que ficam lendo livros em cafés, cuidado: Walter é uma voz que ecoa e que pode nos fazer repensar tudo ao nosso redor.
Em suma, minha amiga ou meu amigo, se você quer entender como o capitalismo opera como um culto (sim, culto mesmo!), essa leitura é obrigatória. Mas esteja avisado: depois dela, você pode olhar para o seu cartão de crédito e pensar com mais carinho... ou mais medo.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.