Resumo de A Solidão dos Moribundos, de Norbert Elias
Em 'A Solidão dos Moribundos', Norbert Elias provoca uma reflexão sobre como a sociedade lida com a morte e a solidão que a envolve. Entenda essa crítica perspicaz.
domingo, 17 de novembro de 2024
No fascinante título A Solidão dos Moribundos, Norbert Elias se aventura nessa jornada introspectiva que explora o fenômeno da morte e o modo como a sociedade contemporânea lida com ela, ou melhor, como tenta ignorar essa coadjuvante do espetáculo da vida. Prepare-se, porque o assunto é sério, mas o tom não precisa ser. Aqui, a gente fala sobre a morte, mas não precisamos usar cabelo de vovó e sussurrar ao pé do ouvido.
Elias começa desconstruindo a ideia de que a morte é um assunto exclusivamente privado. Não, meu amigo, ele nos lembra que a maneira como encaramos a finitude da vida é moldada pela sociedade. A primeira verdade chocante que ele nos apresenta é que, com o passar do tempo, os moribundos e suas famílias foram cada vez mais afastados da vida pública. O resultado? Eles acabaram em uma espécie de reclusão quase monástica, enquanto o resto do mundo gira em torno de Instagram e TikTok. A solidão, portanto, vai crescente e, com ela, os tratamentos à morte vão se tornando menos pessoais. Isso é quase uma metáfora para as reuniões de família no Natal, em que todo mundo finge que se ama enquanto conta as horas para ir embora.
O autor também faz uma análise perspicaz de como as culturas e as sociedades modernas tratam a morte. Agora, as pessoas não querem mais nem escutar a palavra "morte", como se ela fosse o apocalipse encarnado. Para Elias, estamos diante de uma "solidão social" em meio à morte. Enquanto isso, a sociedade continua a fingir que os moribundos não existem. Percorrendo o texto, fica claro que o autor se preocupa em trazer à tona a necessidade de reconexão dos indivíduos com essa realidade inescapável.
Spoiler alert: Elias não entrega uma solução mágica. Pelo contrário, ele nos força a encarar a nossa própria relação com a morte e a nossa tendência em evitar o assunto. Afinal, quantas vezes você já resolveu que aquele parente de idade avançada só vai viver "para sempre"? Pois é. O autor nos provoca a pensar: será que essa fuga é saudável ou apenas um jeito de manter a ilusão de que estamos todos imortais?
Outra pincelada de humor negro aqui é a crítica à maneira como a medicina moderna, embora tenha avançado, frequentemente ignora o lado emocional da morte. Afinal, entre um tratamento e outro, há uma vida sendo vivida, e Elias sugere que é preciso revalorizar a experiência do morrer. Por que não dar um tempo para a filosofia da morte e fazer um chá das cinco com os parentes, em vez de ignorá-los?
No fim das contas, Norbert Elias entrega um livro que é um convite (ou uma ordem, se preferirem) para repensarmos a morte e a solidão que a envolve. É uma obra indispensável para quem está preparado para sacudir a poeira das ideias estigmatizadas que cercam o fim da vida. Então, na próxima vez que alguém mencionar a palavra "morte", em vez de sair correndo como se fosse um filme de terror, que tal tentar ouvir e refletir? Afinal, lembra-se do que a gente disse sobre solidão? Não seja mais um moribundo pensando sozinho!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.