Resumo de O Idiota da Família, Volume 2, de Jean Paul Sartre
Mergulhe na profunda análise de Sartre sobre Flaubert em 'O Idiota da Família, Volume 2' e descubra como a crítica social molda a arte e a vida.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você está aqui esperando uma história leve e despretensiosa, pode preparar o coração, porque _O Idiota da Família, Volume 2_ é de tirar qualquer um do sério! Jean Paul Sartre, o mestre do existencialismo e da filosofia do "por que eu estou aqui?", se meteu a fazer uma biografia em forma de tratado sobre o escritor ficcional Gustave Flaubert e o contexto social em que ele viveu. E olha, essa leitura não é para quem tem medo de uma análise profunda e densa como um bom café forte. Spoiler: você vai sair mais pensativo do que ao entrar!
Sartre começa nos apresentando Flaubert não só como o autor de _Madame Bovary_, mas também como um "idiota" em termos sociais e familiares. Ele examina a vida do escritor através de suas relações - e aqui já vai um aviso: a família do cara não ajuda em nada! O ambiente familiar é, por assim dizer, uma verdadeira arena de gladiadores do ressentimento, com Flaubert como o lutador que não sabe se aproveita a luta ou se é só mais um a levar socos. Sartre faz questão de contextualizar a sociedade da época, destacando como as interações sociais moldam a identidade. E se você achou que a adolescência é difícil, espere até ver o que Sartre traz sobre a fase adulta em meio a crises existenciais.
Um dos grandes arquivos abertos por Sartre é sobre a própria criação da obra de Flaubert. Ele se debruça sobre o processo criativo do autor, que chega a ser torturante. Flaubert escrevia e reescrevia, e a obsessão por encontrar a "palavra perfeita" quase que o enlouqueceu. Aqui, o leitor pode ver a fúria criativa batendo à porta, enquanto Sartre faz uma espécie de escaneamento cerebral do autor: "E a moral, Flaubert?".
Nos capítulos do livro, Sartre joga um olhar clínico sobre diversas facetas da vida de Flaubert, desde suas experiências amorosas até suas profunda aversão pela hipocrisia da sociedade burguesa da época. Ah, a hipocrisia! Flaubert era tão crítico que poderia facilmente ser chamado de "o cancelador do século XIX". Sartre se arrisca a mostrar como esses sentimentos se entrelaçam na literatura, costurando um retrato íntimo de um gênio atormentado, que, por sinal, também lutou para se conectar com aqueles que o cercavam - e isso inclui um pingo de drama familiar.
Por fim, é preciso preparar o coração (e a mente) para a conclusão de Sartre. Ele dedica as últimas partes do livro a discutir o legado de Flaubert, o impacto de suas obras e como tudo isso se reflete na modernidade. E, convenhamos, essa é a parte que pode fazer você parar e pensar por um tempão a respeito de seu próprio lugar no mundo.
Em essência, _O Idiota da Família, Volume 2_ não é apenas uma análise da vida de Flaubert, mas uma crítica direta ao tecido social do século XIX, costurando inseguranças familiares, questões existenciais e, claro, a luta pela arte. É uma leitura que exige tempo e paciência, mas que promete trazer à tona reflexões poderosas. Afinal, se você achou que a sua família era complicada, é porque ainda não leu Sartre!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.