Resumo de Tóquio Ano Zero, de David Peace
Mergulhe na Tóquio pós-guerra em 'Tóquio Ano Zero'. David Peace apresenta um thriller psicológico repleto de crimes e reflexões profundas sobre a resiliência humana.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você achou que Tóquio Ano Zero era um livro sobre turismo na Terra do Sol Nascente, oh, você se enganou! David Peace, com sua escrita cortante e um tanto perturbadora, nos leva a uma viagem sem passaporte pelo submundo da Tóquio do pós-guerra. Prepare-se, porque essa não é uma visita guiada, mas sim um mergulho em um mar de crimes, corrupção e delírios, onde tudo pode acontecer e você pode precisar de um guia para não se perder.
A história começa com o ponto de vista de um detetive absolutamente torturado (e não é só pelas ressacas). Ele busca um assassino em série que anda fazendo a festa nas ruas de Tóquio, enquanto a cidade tenta sobreviver às cicatrizes da Segunda Guerra Mundial. O ambienta-se em 1946, logo após a rendição do Japão, em uma Tóquio dividida e cheia de sombras, onde a fome e a miséria se espalham como bons ventiladores em dias quentes. Entre os protagonistas, o nosso querido detetive parece mais perdido que marcador de página em e-book. Spoiler: ele não encontra apenas o criminoso, mas também confronta seus próprios demônios. E quem não tem?
Ao longo da narrativa, somos apresentados a uma série de personagens, cada um mais sombrio que o outro, incluindo políticos corruptos e uma população que tenta decifrar o que significa viver em um país que acabou de perder uma guerra. Sim, a página vira e o clima de desespero é palpável. Aqui, as casas são vendidas a preço de banana, e a moralidade parece ter tomado um chá de sumiço.
David Peace joga com as palavras, apaixonado por uma prosa que oscila entre a poesia e o pesadelo. Ele usa um estilo fragmentado que pode te deixar tonto, como se você tivesse dado uma volta rápida numa montanha-russa. Em vez de diálogos normais, prepare-se para uma avalanche de pensamentos e reflexões que podem fazer você questionar sua sanidade (ou a do autor).
E como um bom romance policial, o livro não se esquece de guardar várias reviravoltas no seu enredo. A busca incansável do detetive pela verdade é mais complexa do que parece, com pistas que parecem mais armadilhas e o crime que, em vez de se resolver, vai se multiplicando como coelho em primavera. E sim, ao longo do caminho, você pode acabar tendo que lidar com traumas e lembranças do passado - nada como uma viagem ao submundo para visitar o (mal)feito pelo homem.
Cuidado com os spoilers, mas não posso deixar de mencionar que o final é daquelas que pegam você desprevenido, como aquele ônibus que você acha que vai passar e nunca passa. E tudo isso para dizer que Tóquio Ano Zero é muito mais do que um simples homicídio, é uma profunda reflexão sobre a resiliência humana diante da destruição.
Em suma, prepare-se para um passeio chocante por uma Tóquio que não se parece em nada com a cidade cheia de luzes e tecnologia que conhecemos hoje. Este livro é como um ramen apimentado: você sente o calor na boca e a cabeça girando, mas no final, você vai querer mais.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.