Resumo de Leis, de Platão

Entenda como Platão, com humor e crítica, discute a criação de uma utopia em 'Leis', abordando educação, moralidade e o papel das mulheres.

Ah, Leis, esse volumão de Platão que parece mais um manual de como criar uma utopia perfeita! O que se pode esperar de um filósofo que estava mais interessado em regulamentar a vida dos cidadãos do que em fazer amigos? Com uma dose generosa de deboche e crítica, Platão se aventurou a escrever essa obra em forma de diálogo, mostrando que Athenas não tinha só filósofos sérios, mas também aqueles que adoravam dar palpite na vida alheia.

A história se desenrola numa conversa entre um personagem chamado Megillos, que provavelmente é amigo do Facebook de Platão, e um cidadão de Creta, que é tão entusiasta das leis que dá a impressão de que ele nunca se divertiu em um sábado à noite. Eles discutem a importância de um estado ideal e como as leis são a chave para manter a ordem a partir do momento que a humanidade decidiu que seria melhor viver em sociedade do que nas cavernas, e não estamos falando do Big Brother!

Leis é composto por uma série de livros (inclusive um que talvez seja o início da novela das 8), onde Platão apresenta um modelo de cidade chamada Magna Graecia, porque cidades pequenas são coisa do passado. Esse lugar deve ser administrado por um grupo de sábios (o que inclui a terceira idade, como Platão, claro!). Ele defende a ideia de que as leis devem ser justas e que os cidadãos precisam ser educados, algo assim como um "escola para cidadãos bem-comportados".

Uma parte bastante interessante é como Platão lista as regras sobre a educação das crianças. Obviamente, ele advoga por um sistema que se parece mais com um retiro espiritual do que com uma creche moderna. Ele imaginava que crianças deveriam ser criadas sob a supervisão do estado e não deixadas livres para fazerem o que quisessem - até porque, né, liberdade total pode dar caldo, ou, como diria um conhecido nosso, "cada um por si e o estado que se dane!".

E claro, que não poderiam faltar discussões sobre a moralidade e a religião! Platão coloca na conta que, sem Deus (ou deuses), o povo não dá bola para a moral, então é essencial interligar todos esses conceitos nesse emaranhado jurídico. Não, ele não estava pedindo aos cidadãos para serem fanáticos religiosos, mas acreditava que um pouco de culto e adoração poderia ajudar a criar uma sociedade mais pacífica.

Spoilers adiante! Ao longo do diálogo, eles também abordam questões sobre o papel das mulheres na sociedade - porque, cá entre nós, ninguém quer um estado onde a opinião feminina é ignorada, mesmo que Platão ainda pensasse que elas deveriam viver sob a supervisão masculina. E por último, mas não menos importante, a famosa discussão sobre a maioridade, onde se conclui que a idade importa e que liberdade sem responsabilidade é algo como deixar uma criança sozinha em uma fábrica de doces. Spoiler alert: no final das contas, Platão parece sugerir que até os melhores planos precisam de um bom aperfeiçoamento ao longo do tempo.

Assim, o Leis se torna um tratado que, se lido hoje, parece uma enorme reunião de pais preocupados em como criar os filhos e manter a cidade funcionando com um calendário de atividades que transforma a vida em um grande projeto de vida em grupo. Platão nos provou, e talvez até você, que a vida em sociedade é uma constante busca por equilíbrio, regras e, claro, muita filosofia!

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.