Resumo de Cidade febril: Cortiços e epidemias na corte imperial, de Sidney Chalhoub
Mergulhe nos cortiços do século XIX com 'Cidade Febril' de Sidney Chalhoub. Uma reflexão sobre epidemias e desigualdade que ecoa até hoje.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você sempre teve uma curiosidade insaciável sobre como a vida nos cortiços do século XIX no Brasil se parecia, você está prestes a descobrir que ela não era nem um pouco romântica, mas cheia de epidemias e tretas sociais. Em Cidade febril: Cortiços e epidemias na corte imperial, o historiador Sidney Chalhoub faz uma verdadeira imersão nos meandros da saúde pública e da urbanização no Rio de Janeiro daquela época. E, acredite, não é uma leitura para os fracos de coração - o caos e a decadência reinam soberanos.
Começando pela construção do cenário, Chalhoub nos apresenta um Rio de Janeiro que estava fervilhando de novas ideias e pessoas. Era aquele clima de "tá todo mundo chegando", mas a infraestrutura da cidade estava mais para "tá tudo desmoronando". Enquanto a população da cidade crescia em péssimas condições de saúde, os cortiços surgiam como as novas "moradias" da classe trabalhadora - leia-se: tudo muito apertado, com condições que fariam até o mais valente dos camundongos se sentir mal.
Neste universo febril, as epidemias se tornaram as verdadeiras estrelas do show. A cólera, a febre amarela e a varíola dançavam a dança macabra pelas ruas da cidade, levando o povo e, pasmem, os médicos a ficarem em um eterno "quem vai sobreviver a essa bagunça?". Enquanto isso, a elite, claro, tomou a atitude clássica de se afastar do povo, como se estivessem em um reality show, no qual a malaria era o vilão e eles os protagonistas que não queriam saber de drama.
Chalhoub nos explica como essas epidemias foram utilizadas como pretexto para a repressão e controle social. Se a epidemia não fosse suficiente para encher de pavor os cidadãos e fazer surgir aquele "saudade" de tempos de saúde, as autoridades ainda pensavam em formas de controlar o povo, como se a quarentena fosse uma série de regras na escola. Assim, os cortiços não eram apenas ninhos de doenças, muitos eram subjugados a estratégias para manter a ordem e "preservar" a civilização carioca - é a velha história do "afasta do povo e o povo que se vire".
Ao longo da narrativa, Chalhoub ainda traz à tona o papel da medicina e dos médicos nesse cenário, colocando-os muitas vezes como figuras trágicas ou sarcásticas que tentavam decifrar o enigma do corpo humano em meio ao caos. A luta entre a medicina tradicional e as novas práticas emergentes compõe um espetáculo à parte. Uma verdadeira batalha entre os "doutores da pandemia" e os "sabichões da rua".
Agora, se você esperava um final feliz, sinto muito, mas os cortiços e epidemias não têm essa vibe. Neste contexto, Chalhoub nos ensina que as questões sociais e a saúde pública são temas interligados e que o conhecimento da história pode nos dar uma boa passada de pano nos problemas que ainda enfrentamos. Spoiler alert: essa realidade e suas consequências ainda permanecem muito presentes no Brasil de hoje!
Em resumo, Cidade febril abala as estruturas de quem se aventura a ler suas páginas. Chalhoub não apenas registra uma época conturbada, mas também provoca reflexões sobre as desigualdades que ainda nos cercam, como se dissesse: "gente, acordem, essa história não acabou!" Prepare-se para uma leitura que combina erudição com bom humor, enquanto você capta as lições e as ironias de um passado não tão distante assim.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.