Resumo de O fim: 6, de Karl Ove Knausgård
Mergulhe nas profundas reflexões de Knausgård em 'O Fim: 6'. Uma conclusão dramática e humana da famosa saga 'A Minha Luta'.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você chegou até aqui, é porque deu uma espiada nos outros volumes de A Minha Luta e decidiu que já estava na hora de encerrar essa conversa com o autor mais introspectivo que a Noruega já viu. Em O fim: 6, Karl Ove Knausgård finalmente coloca o ponto final - ou seria o ponto e vírgula? - na sua saga autobiográfica, de um jeito que, claro, não poderia ser nada menos do que dramático, longo e repleto de reflexões que fazem você questionar as escolhas de vida dos seus amigos e familiar.
A obra começa com reminiscências e desabafos sobre a morte do pai de Knausgård, que, diga-se de passagem, não era exatamente um doce de pessoa. Já dá para ver que a espiritualidade não foi a prioridade na relação pai-filho. O autor discorre sobre suas experiências, sentimentos e memórias, de maneira que você, leitor, acaba por aceitar de bom grado essa tortuosa reflexão existencial. Não é todo dia que se lê um livro que transforma uma simples relação familiar em um drama digno de saga nórdica.
Knausgård passeia pela sua vida sem a menor cerimônia. Fala sobre sua juventude, sua paixão pela escrita e, claro, aquele furdunço que é ser um pai (sim, ele também se mete nisso). Entre uma lembrança e outra, ele narra eventos cotidianos que, na sua perspectiva, são dignos de serem registrados. Por exemplo: quem pensou que fazer compras no supermercado podia ser tão bombástico? Afinal, ele desbrava cada corredor como se estivesse em uma missão de vida ou morte. E se você estava esperando que esse volume fosse mais leve, vai se decepcionar - para Knausgård, cada receita de bolo é uma oportunidade de falar sobre a efemeridade da existência.
E, claro, vamos aos spoilers (ou o que poderia ser se o autor estivesse interessado em deixar algo surpresa). Knausgård não economiza ao revelar suas crises existenciais. A famosa luta com a escrita e suas angústias se tornam mais intensas, e ele não se furta a falar sobre a vida em sua forma mais crua. Como ele mesmo diz, "a escrita é a única forma de escapar", até que a vida real, em todo o seu caos, volta a dar as cartas. Prepare seu coração para um monte de reflexões sobre a vida e a morte, uma combinação que definitivamente não é para os fracos.
No final, seja você fã ou não de Knausgård, é difícil escapar de sua profunda humanidade. Mesmo que você não compartilhe de todas as suas experiências, a profundidade e a honestidade com que ele narra sua vida fazem você se sentir quase como um amigo íntimo, ou aquele terapeuta que rejeita o seu dinheiro apenas para ouvir suas lamentações.
Assim, O fim: 6 é mais do que uma conclusão - é um convite para refletir sobre a própria vida, seus dilemas e suas vitórias, por mais cotidianas que sejam. Para Knausgård, contar sua história é um ato de coragem, e, enquanto ele termina esta saga, fica a pergunta no ar: e agora, o que fazemos nós, pobres mortais, com essas reflexões profundas e um conteúdo para maratonar? Bem, talvez seguir com a vida e dar uma passadinha no supermercado, quiçá?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.