Resumo de Sermão de S. Ioam Baptista na Profissam da Senhora Madre Soror Maria da Cruz, de António Vieira
Explore o intrigante Sermão de S. Ioam Baptista de António Vieira, onde fé e crítica social se entrelaçam em metáforas exuberantes e reflexões profundas.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para se aventurar em um dos sermões mais barrocos e, por que não, um tanto excêntricos do nosso querido autor e pregador António Vieira! Nesse texto, o autor não apenas fala, mas faz verdadeiros malabarismos com as palavras, como se estivesse tentando conquistar um público diverso: de nobres a plebeus, todos estão na plateia (ou na leitura, no caso).
O sermão, como o título sugere, é uma celebração. A protagonista da vez é a Senhora Madre Soror Maria da Cruz, que parece ser digna de toda a pompa e circunstância, já que é sobrinha da rainha e filha de um duque. Vieira, então, se vê na missão de fazer uma introdução triunfante, cheia de adjetivos que fariam até os mais experientes frasistas corarem de vergonha. O que esperar de um autor que, se não tem um vocabulário de dar nó na língua, ao menos tem um que amarra a trama de ideias de forma esplêndida?
O pregador mergulha no profundo impacto que a religião e a vida monástica têm sobre essa figura ilustre, usando uma linguagem rica, cheia de metáforas que parecem ter surgido diretamente dos sonhos de um poeta. Ele discorre sobre o significado da entrada desse ser iluminado no convento de São Francisco, comparando-a a uma nova lâmpada acesa em um mundo sombrio. Spoiler: a lampadinha não se apaga!
Em meio a tantas elucubrações, Vieira também não se esquece de dar uma cutucada nas questões sociais da época, ainda que de forma indireta. Ele aparece como alguém que não tem medo de expor uma crítica social aqui e outra ali, numa época em que fazer isso nem sempre era bem visto. O autor mostra-se, assim, um verdadeiro artista das palavras, capaz de encantar e provocar reflexões profundas sobre a fé, a sociedade e o papel da mulher em tempos em que a ordem era, basicamente, "fique quieta e reze".
Agora, vamos falar de um dos trechos que merecem destaque: o momento em que Vieira faz uma analogia entre a vida religiosa e as passagens da natureza. Ele parece um verdadeiro jardineiro das ideias, contemplando como as flores do convento desabrocham sob o sol da santidade. Cuidado, leitores, que a profundidade dessa metáfora pode dar uma chacoalhada no conceito de cuidado e zelo pela vida!
É difícil não se deixar levar pela oratória do autor, que alterna entre confissões, elogios e uma dose saudável de parábolas, como se estivesse contando causos de um bar, mas digno do altar. E ali, no meio de tanta eloquência, Vieira toca num ponto crucial - a importância da entrega total a Deus, uma entrega que, segundo ele, deve ser feita com amor e devoção absoluta.
Por fim, se você estava se perguntando se esse sermão termina de forma grandiosa - adivinhe! Sim, termina com um apoteótico chamado à ação divina, como um último gol de placa em um jogo que parecia já encerrado. Senhora Madre Soror Maria da Cruz, com toda a sua nobreza, é, de fato, apresentada como uma verdadeira intercessora entre os homens e o divino. E, se você pensou que só os nobres tinham acesso à palavra divina, António Vieira está aqui para bagunçar essa ideia.
Em suma, Sermão de S. Ioam Baptista é uma explosão de fé, crítica social e metáforas exuberantes, tudo isso enfeitando a vida de uma mulher que, certamente, precisou de um pouco mais que um simples "parabéns" por sua profissão religiosa. É um belo exemplo de como as palavras podem ser uma arma poderosa, mesmo em um sermão que já tem séculos de história, e trazem à luz questões que ainda ressoam nos dias de hoje. Então, prepare-se para rir, refletir e, quem sabe, até rezar com este texto memorável!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.