Resumo de Cacau, de Jorge Amado

Explore a crítica social de Jorge Amado em 'Cacau', onde a exploração dos trabalhadores se entrelaça com amores complicados e a luta pela justiça.

Se você pensou que "Cacau" seria um livro sobre chocolate e doces, sinto muito em te decepcionar. Na verdade, a única coisa que esse título promete é um desfile de personagens mais complexos do que um brigadeiro malfeito. Publicado em 1933, o livro é uma crítica social ao mundo da produção de cacau na Bahia, onde a microssociedade do século XX está em meio à exploração, miséria e um certo aroma de injustiça. O clima fica tão denso que nem mesmo o chocolate mais amargo consegue rivalizar.

A história se desenrola em uma fazenda de cacau chamada "Fazenda de São Jorge", que é o lar de uma série de personagens que se entrelaçam de forma tão intrincada que você pode até se sentir um pouco confuso, como se estivesse tentando desvendar um labirinto de trufas. O protagonista é um sujeito chamado Pedro, que, depois de uma série de eventos tristes-alô, spoiler leve, já que é Jorge Amado e suas tramas não costumam ter só flores-decide voltar à sua terra natal para trabalhar na plantação de cacau. Ele é o típico "filho da cidade grande que volta para o interior" e que provavelmente pensa que a vida no campo é um eterno piquenique.

Missão dada é missão cumprida e Pedro chega em sua terra natal cheio de sonhos e esperanças, mas, ao invés de encontrar poesia e Harmonia, ele se depara com a dura realidade da exploração dos trabalhadores que cortam cacau e que, coitados, vivem como se fossem figurantes de um filme sobre miséria. Ele logo percebe que a vida na fazenda não é tão doce quanto o nome sugere. E não apenas por causa do cacau, que aqui serve mais para simbolizar a exploração do que para adoçar a vida dos que nele trabalham.

Entre as muitas tramas, encontramos personagens como a bela e forte Rosa, que luta contra as injustiças e sabe muito bem como dar a volta por cima. Ah, Rosa, que mulher! Ela é quase uma super-heroína do cacau, sempre se metendo em encrenca, mas sempre dando um jeito de se levantar. Temos também o típico patrão opressor, que parece ter saído de um clichê, mas que, acredite, existe em várias histórias Brasil afora.

E os amores? Ah, os romances aqui são mais complicados que receita de bolo de vó, com triângulos amorosos que desafiam a sua capacidade de acompanhar. Em meio a isso tudo, Jorge Amado traz à tona questões sociais e definitivas sobre a relação do homem com a terra e a luta de classes, tudo isso temperado com um linguajar típico da Bahia, que é uma coisa de louco e faz você querer juntar a galera para um "bate-papo".

Então, se você esperava um livro que fosse a versão literária do brigadeiro, pense de novo. Cacau é muito mais uma barca furada de conflitos, luta e amor-onde o chocolate é apenas o pano de fundo para um diálogo crítico sobre a exploração e as relações sociais na Bahia dos anos 30. Uma verdadeira salada de frutas de sentimentos, questões, e, claro, aquele toque de deboche típico do autor.

No fim das contas, você vai perceber que o cacau não é só uma delícia, mas também uma amarga representação da realidade. Assim, pouco a pouco, Amado transcende o sabor irresistível e, ao girar a colher na panela, revela a receita da vida: uma mistura louca de batalhas, solidariedade e, quem sabe, um futuro melhor.

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.