Resumo de Estranho País que Teus Olhos já Não Procuram Mais, de Álvaro Miranda
Mergulhe na melancolia e nas reflexões de Álvaro Miranda em 'Estranho País que Teus Olhos já Não Procuram Mais'. Uma narrativa sobre escolhas e a busca por sentido na vida.
domingo, 17 de novembro de 2024
"AÍ VAI UM CONTO sobre saudade, melancolia e pessoas que não sabem muito bem o que estão fazendo da vida" - perfeito, né? Assim começa Estranho País que Teus Olhos já Não Procuram Mais, um calhamaço de reflexões que nos remetem a um lugar onde os sonhos não se concretizam e a realidade é uma grande piada de mau gosto. O autor, Álvaro Miranda, nos apresenta uma narrativa que é como um café frio: ótimo no início, mas depois que esfria, a gente se pergunta se valeu a pena.
Em um mundo onde as pessoas tentam fazer sentido das suas vidas, o protagonista se vê preso entre o que realmente quer e o que a sociedade espera dele. Como muitos de nós, ele flutua como um fantasma em festas chatas, entre conversas que não levam a lugar nenhum e reflexões sobre as escolhas que não fez. Sabe aquele momento em que você percebe que está sentado na mesa errada? Pois é basicamente isso que rola ao longo do livro.
Um dos pontos altos da narrativa é a forma como Álvaro capta a essência da melancolia contemporânea. Ele joga os personagens em situações que lhes exigem mais do que uma simples decisão. Eles querem escapar de suas vidas, mas, ao mesmo tempo, estão tão confortáveis nesse marasmo que não conseguem largar. Uma espécie de sindrome de péssima escolha, onde a gente fica se perguntando: "por que não fui eu a fazer a prova do patético?"
Alguns personagens são aqueles amigos que você quer ter por perto para rir e chorar, mas depois se pergunta se foi uma boa ideia. Cada um deles carrega suas próprias questões existenciais, como se tivessem sido desenhados numa folha rascunhada, prontos para serem apagados e substituídos a qualquer momento. Quase como uma sitcom, mas com muito mais drama e sacadas sobre a vida. Spoiler: não há um final feliz, mas também não há um final trágico. É só aquela sensação de "continue tentando".
A prosa de Álvaro é leve, mas cheia de nuances que parecem uma cebola: a cada camada que você tira, uma nova e nostálgica lágrima é liberada. Em suas páginas, a busca pelo sentido da vida é tratada com um humor ácido, reafirmando que, por mais que as coisas pareçam complicadas, a vida é apenas uma série de decisões mal tomadas e piadas que ninguém conta. E por falar em humor, as tiradas do autor são certeiras: você vai rir e, ao mesmo tempo, querer se esconder debaixo da coberta.
O livro evoca não só o estranho país que mencionam no título, mas também a estranheza que é lidar com os "porquês" da vida. Existe mesmo essa distância entre o que vemos e o que sentimos? Os olhos do título têm uma missão quase poética, mostrando que, muitas vezes, temos que olhar para dentro de nós mesmos para descobrir que o outro lado da porta é só um espelho.
Prepare-se para navegar por uma prosa que, embora não seja opressora, faz você pensar em suas próprias escolhas. Ao fechar a última página, você encontrará uma única certeza: ainda que seu coração ande angustiado, você não está sozinho nesse estranho país chamado vida. E, convenhamos, a gente sempre pode explorar novos destinos... ou, pelo menos, uma nova série na Netflix. No fim das contas, estamos todos juntos nessa busca que parece nunca ter fim.
E assim, em meio a mangás e café, a vida segue, com suas estranhezas e suas inevitáveis risadas. Um brinde aos cegos que ainda acreditam que a vida é um grande baú de oportunidades (ou um fiado na padaria)!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.