Resumo de Don Quijote de la Mancha II, de Miguel de Cervantes
Mergulhe nas aventuras de Don Quijote II e descubra a hilaridade e crítica social que Cervantes traz nesta obra atemporal.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que já ouviu tudo sobre cavaleiros e nobres malucos, então Don Quijote de la Mancha II está aqui para confirmar suas expectativas e ainda te deixar um pouco mais confuso. O nosso amigo Alonso Quijano - que, sim, insiste em ser chamado de Don Quijote - está de volta para mais uma rodada de aventuras que são, no mínimo, uma mistura de ficção e sitcom medieval.
Nesse segundo ato da epopeia de Cervantes, o cavaleiro mais desastrado da história continua sua saga em busca de aventuras e de um amor que, vamos ser sinceros, só existe na cabeça dele. A obra começa com o nosso herói decidindo que, se você não é um doce de côco, a vida não faz sentido. Ele parte novamente em sua adorável montaria, Rocinante, que, quase um personagem por si só, é mais uma alma perdida nessa comédia de erros.
Don Quijote e seu fiél escudeiro Sancho Pança, que poderia ser a definição do "coitado que tomou a pior parte da barganha", se metem em situações absurdas, como aquela do moinho de vento que ele confunde com gigantes. Não, a cena não muda no segundo livro - e, sim, é difícil não rir ao imaginar a TPM do vento e a cara de Sancho tentando explicar que, talvez, eles não deviam desafiar moinhos.
Mas o que não falta nesse livro é a presença de personagens envolventes e críticas sociais que ainda ressoam nos dias de hoje. Temos um desfile de nobres, impostores, beatos e malandros que conhecem Don Quijote e ficam intrigados com a sua loucura. Enquanto isso, o Sancho, com seu pragmatismo, tenta manter o amigo no mundo real, o que é, honestamente, uma missão quase impossível.
Em meio a tudo isso, Cervantes capricha na metalinguagem. Ele faz referência aos próprios romances de cavalaria, a tradição literária e até mesmo a ele mesmo, o autor, como se dissesse: "Olha o que eu estou fazendo com essas frescuras românticas!" Aqui, spoiler alert: tem um momento em que personagens discutem sobre personagens - é como se você assistisse a um filme e, no meio, eles começassem a conversar sobre o próprio roteirista. E você, leitor, fica pensando se saiu do cinema ou se mergulhou em um verdadeiro labirinto literário!
Ao longo da obra, há um intenso debate sobre a natureza da realidade e da ficção. Don Quijote se recusa a ver o óbvio, enquanto Sancho tenta, com toda sua sabedoria rústica e um tanto desesperada, mantê-lo na linha da lógica. Mas quem precisa de lógica quando você pode ser um cavaleiro errante em busca de honra e aventura, não é verdade? É tudo muito bem escrito, mas também é um grande "E se?", que nos faz refletir sobre o que é ser um herói em um mundo sem príncipes.
Por fim, se você pensou que Don Quijote encontraria um final feliz, prepare-se para mais uma decepção - não seria a primeira vez, e certamente não será a última. O que temos aqui é uma reflexão sobre a loucura, a amizade e como vivemos em um mundo que, muitas vezes, parece não fazer sentido. Cervantes, na verdade, nos brinda com uma obra atemporal que, mesmo depois de séculos, nos faz rir e chorar sobre as absurdidades da vida.
Então, guarde essa obra como a última cartada de um inventor de personagens desconcertantes nas mãos de um escritor que sabe exatamente como provocar risadas enquanto nos conta uma história de coragem e insanidade. Leitura recomendada para os que não temem os absurdos e ainda acreditam em alguma forma de heróico, mesmo que seja para quebrar a cara em um moinho de vento!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.