Resumo de Ripley debaixo d'água, de Patricia Highsmith
Mergulhe na mente de Tom Ripley em "Ripley debaixo d'água" de Patricia Highsmith. Uma narrativa sobre traição, manipulação e moralidade distorcida.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você está pensando que "Ripley debaixo d'água" é um manual de mergulho para iniciantes, sinto dizer que está redondamente enganado. Na verdade, essa é mais uma das aventuras do astuto Tom Ripley, o tipo de pessoa que faria de tudo para não só não ter que trabalhar, mas também para levar uma vida de luxo e glamour. Nesta obra, Patricia Highsmith nos leva a um mergulho profundo (literal e figurativamente) na mente desse personagem que, podemos dizer, é um verdadeiro artista na arte de se livrar de problemas... e pessoas!
Agora, se prepara que vem spoiler (não muito pesado, prometo)! O livro começa com o nosso protagonista em um cenário que é o oposto do que você esperaria de um assassino em série: uma vida tranquila na Itália. O que não é muito tranquilo é a sua consciência, que sempre parece ter alguma coisinha a dizer quando ele está prestes a "resolver" uma situação da maneira que ele sabe fazer de melhor.
Tom Ripley, apesar de ser um criminoso em potencial, é quase um herói antiético. Ele é charmoso, inteligente e, como já dissemos, muito habilidoso em se livrar de corpos - e de provas. Nesta narrativa, nosso querido Tom é confrontado com o seu passado ao se deparar com um antigo conhecido. Como bons amigos, eles costumam discutir sobre quem tem o estilo de vida mais sofisticado. É como se Ripley dissesse: "Olha, eu tenho um diploma em enganar as pessoas e... ah, sim, também sou assassino! E você?"
Mas as coisas começam a dar errado quando os problemas não apenas estão com ele, mas também o cercam. Aqui temos uma água turva: entre mistérios, segredos e uma nova ameaça emergente, Ripley tenta, mais uma vez, se livrar das complicações que ele mesmo criou. Ele é o tipo de cara que confunde "resolver problemas" com "apagar pessoas do mapa". Enquanto o passado volta para assombrá-lo (e não estamos falando de um espírito), ele precisa encontrar formas de continuar sua vida fabulosa sem ser interrompido por... bem, você sabe, aquele detalhe chato de ser um assassino.
Como qualquer boa história de crime, "Ripley debaixo d'água" explora a ambiguidade moral. Você pode acabar se perguntando se realmente deve torcer por Tom ou se simplesmente deveria recomendar a ele um bom terapeuta. Ou até um negócio de gerenciamento de responsabilidade - mesmo que até a opção de aconselhamento tenha suas dificuldades, uma vez que a vida dele está cheia de "afazeres urgentes".
Patricia Highsmith não perde a chance de explorar os labirintos da mente humana, e aqui também tem um toque de humor negro. Ripley pode não ser um exemplo a ser seguido, mas é muito divertido vê-lo dançar entre as linhas da moralidade e da loucura. A sua capacidade de se esgueirar dos problemas, mais uma vez, é construída com maestria pela autora, que entrega ao leitor uma análise fascinante e bastante distorcida do que é ser um outsider em um mundo que premia a conformidade.
Se você estava procurando por uma leitura leve e despretensiosa, "Ripley debaixo d'água" é tudo, menos isso. Prepare-se para o submundo da traição, manipulação e, claro, beiradas escorregadias da psicologia humana. Afinal, quem precisa de moral quando se pode viver uma vida de luxo à custa de alguns pequenos... inconvenientes?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.