Resumo de Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988, de Pedro Henrique Pedreira Campos
Explore a crítica afiada de 'Estranhas Catedrais' e descubra como empreiteiras moldaram a ditadura militar no Brasil. Uma leitura reveladora!
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que "Estranhas Catedrais" é uma obra sobre arquitetura ou uma coleção de fotos de igrejas, sinto informar: você está mais perdido que cego em tiroteio! Este livro, de Pedro Henrique Pedreira Campos, é uma investigação profunda e, por vezes, surpreendentemente irônica sobre a relação entre as empreiteiras brasileiras e a ditadura militar que se instalou no Brasil entre 1964 e 1988.
Para começar, podemos dizer que as empreiteiras e o regime militar eram como o famoso casal que aparece na festa da sua tia: você nunca sabe se estão se amando ou se só estão juntos para fazer um escândalo. E aqui, Campos mostra como essa relação não era apenas um romance casual, mas um casamento de conveniência que acabou construindo um império de corrupção, obras grandes e uma porção de "catedrais" que, sejamos sinceros, seriam mais adequadas para uma ativação de "MasterChef" do que para qualquer tipo de veneração.
No início, o autor nos apresenta o cenário político dos anos 1960, onde a economia brasileira estava em alta e todo mundo queria fazer projetos grandiosos, como se fossem crianças em uma loja de doces. As empreiteiras, como a Odebrecht e outras, entraram no jogo com força total, abraçando contratos públicos como se fossem velhos amigos. E o governo? Bem, o governo estava mais do que disposto a fechar os olhos para tudo, desde que as obras fossem entregues em tempo e não faltassem aqueles "agrados" no final do mês.
Um dos destaques é a análise do impacto das grandes obras na sociedade e como elas se tornaram verdadeiras "catedrais estranhas". O autor não hesita em apresentar dados e narrativas que revelam a construção de escolas, hospitais e estradas que mais pareciam monumentos a um ego inflado do que soluções reais para problemas sociais. Campos também não se esquece de lembrar você, leitor, de que muitas dessas construções foram precedidas de um festival de desapropriações e injustiças que mais lembram um palco de um reality show de drama do que uma construção civil.
A obra detalha as interações entre empreiteiras e o governo militar com a destreza de um maestro regendo uma orquestra disfuncional. Ele expõe como a corrupção institucionalizada e o clientelismo estavam nas nossas "catedrais" mais grandiosas, fazendo com que o período fosse conhecido não só pelas obras físicas, mas também pela escandalosa quantidade de dinheiro que trocava de mãos como se fosse a dança das cadeiras.
E não pense que Campos termina sua investigação ao final dos anos 80. Ele faz um ótimo trabalho ao olhar para o legado dessa relação procuromista, apontando como essas práticas se infiltraram na Nova República e continuam a ecoar até os dias atuais. spoiler alert: continua tudo uma bagunça!
Por fim, "Estranhas Catedrais" não é apenas um livro sobre construções ou empreiteiras. É um olhar mordaz e, às vezes, hilário sobre como a política e a economia podem se entrelaçar em um vórtice de caos e corrupção que resultou em muitas das questões que ainda enfrentamos no Brasil. Portanto, prepare-se, pois essa leitura é densa, informativa e, acima de tudo, uma reflexão sobre como as catedrais que construímos podem não ser tão sagradas assim.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.