Resumo de Crias de um (não) lugar: histórias de crianças e adolescentes devolvidos por famílias substitutas, de Michelle Villaça Lino
Explore as comoventes histórias de 'Crias de um (não) lugar' e reflita sobre a realidade das crianças devolvidas por famílias substitutas.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para mergulhar em um universo que, de tão complexo e comovente, poderia muito bem ser o enredo de uma novela cheia de reviravoltas - mas não é. "Crias de um (não) lugar", da talentosa Michelle Villaça Lino, nos apresenta as histórias de crianças e adolescentes que tiveram a infelicidade de ser "devolvidos" por famílias substitutas. Sim, você leu certo: esse não é um livro que fala sobre adoções bem-sucedidas e finais felizes em um dia de sol, mas sim um retrato sombrio e realista das cicatrizes que o sistema pode deixar.
Logo de cara, a autora nos faz perceber que esses pequenos seres humanos, por mais que queiram, não têm culpa desse jogo do "passa-passa" onde as famílias não conseguem ou não estão dispostas a ficar com eles. As histórias são de cortar o coração, mas também cheias de resiliência, como se esses jovens fossem verdadeiros super-heróis vestidos não de capa, mas de esperança e luta. Ao longo das páginas, somos apresentados às suas vivências e sentimentos, ouvindo diretamente de suas vozes - ou seja, prepare-se para um turbilhão emocional!
O livro aborda os motivos que levam esses jovens a serem devolvidos, que vão de problemas de adaptação a questões financeiras e psicológicas da família adotiva. E, se você pensa que a devolução é apenas uma simples mudança de domicílio, aí é que vem a pedrada: a vida desses adolescentes é marcada por sentimentos de rejeição e falta de pertencimento. Imagine a analogia de um sapato que não serve mais: o sapato pode achar que era o mais lindo da loja, mas se não couber, vai ser devolvido toda vez.
E como se não bastasse, a autora também traz à tona a estrutura do sistema de acolhimento, mostrando tudo que não funciona: desde a falta de suporte às famílias substitutas até as políticas públicas que parecem ter sido escritas em uma linguagem de grego moderno. Michelle faz questão de destacar que o problema não é só das crianças, mas de uma sociedade que deveria cuidar delas, mas acaba por fazer o oposto.
E aqui é onde entra o grande choque de realidade: as histórias individuais se entrelaçam, mostrando que a desproteção não é uma exceção, mas uma regra. Enquanto algumas crianças tentam entender o que é "família", outras enfrentam a solidão em meio a um sistema que deveria ser seu lar. No final, somos confrontados com a pergunta: até onde vai a nossa responsabilidade como sociedade para garantir que essas crianças tenham um lugar que elas possam chamar de lar?
Inclusive, um aviso de spoiler - quer dizer, não existem spoilers aqui, já que a realidade é um grande spoiler! Portanto, prepare-se para uma jornada que vai além da imaginação e lhe dará uma nova perspectiva sobre o que significa pertencer. "Crias de um (não) lugar" é, sem dúvida, uma leitura que, apesar de dolorosa, é absolutamente necessária para entendermos e refletirmos sobre o que realmente significa amor e acolhimento.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.